Há 155 concelhos no nível máximo de risco de contágio por covid-19 – mais 98 do que na semana passada

Mais de metade dos concelhos do país está agora no nível mais elevado. Quatro dos dez territórios com maior risco de contágio são no distrito da Guarda.

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Adriano Miranda

Os dados da incidência a 14 dias apresentados no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira indicam que há em Portugal mais 98 concelhos no “risco extremamente elevado” de contágio por covid-19: são agora 155, um aumento de 170% em comparação com os 57 da semana anterior. Isto significa que mais de metade dos concelhos do país (50,3%) está agora no nível mais elevado de risco.

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Os dados da incidência a 14 dias apresentados no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira indicam que há em Portugal mais 98 concelhos no “risco extremamente elevado” de contágio por covid-19: são agora 155, um aumento de 170% em comparação com os 57 da semana anterior. Isto significa que mais de metade dos concelhos do país (50,3%) está agora no nível mais elevado de risco.

O concelho de Cuba, no distrito de Beja, é agora o que tem a maior taxa de incidência no país entre 30 e 12 de Janeiro. Com as contas feitas a 100 mil habitantes (a forma da DGS para comparar concelhos com diferentes realidades populacionais), Cuba tem 5658 novos casos por cada cem mil habitantes. É também o município com o maior aumento desde a divulgação anterior: a incidência em Cuba era de 1197 na semana passada (mais 4461).

Os dez territórios com maior risco de contágio do país, quatro são da região do Alentejo e seis são da região Centro: a Cuba seguem-se Mêda (Guarda), com 4600 novos casos por cem mil habitantes, Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda), com 4208, Aguiar da Beira (Guarda), com 4106, Fornos de Algodres (Guarda) com 3887, Alter do Chão (Portalegre) com 3886, Miranda do Douro (Bragança) com 3499, Borba (Évora) com 3325, Vila Nova de Poiares (Coimbra) com 3228 e Nisa (Portalegre) com 3003.

Três destes concelhos figuram também entre os que registaram as maiores subidas da incidência a seguir a Cuba: Figueira de Castelo Rodrigo, Alter do Chão e Aguiar da Beira, com subidas da incidência de 3599, 2938 e 2752, respectivamente. O quinto município com a maior subida foi Pampilhosa da Serra (Coimbra), que passou de 99 novos casos por cem mil habitantes entre 23 e 5 de Janeiro para 2205 na actualização mais recente da DGS (mais 2106).

Por outro lado, Mourão, o concelho com a incidência mais alta nas últimas duas semanas, teve a maior descida do indicador: passou de 3347 novos casos para 1592 (menos 1755). Esta descida foi quase quatro vezes maior que a do segundo território com a descida mais significativa da incidência: Tabuaço (Viseu) teve uma diminuição de 1442 novos casos para 978 (menos 464). De resto, para além destes dois concelhos, apenas Armamar (Viseu) viu uma redução da incidência acima dos três dígitos (menos 139).

O agravamento da pandemia engloba todo o país, com muito poucos municípios a registarem abrandamentos do contágio: ao todo, apenas 26 concelhos diminuíram ou mantiveram a taxa de incidência verificada na semana anterior, cerca de 8%. Se analisarmos para a outra ponta da escala, 23 concelhos tiveram um aumento da incidência superior a mil novos casos.

Esta segunda-feira, registou-se novo máximo diário de mortes por covid-19, com 167 óbitos e 6702 novos casos de infecção pelo novo coronavírus reportados pelas autoridades de saúde no domingo.