Sob pressão, hospital de Loures transfere doentes internados e em quimioterapia

Em comunicado, o hospital refere que todos os dias tem sido possível transferir alguns doentes covid-19 para hospitais públicos e privados, estando hoje previstas transferências para o Hospital dos Lusíadas, para o Hospital das Forças Armadas e para Portimão.

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Hospital Beatriz Ângelo, em Loures Miguel Manso

A administração do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, admitiu este domingo ter de enviar os doentes em tratamento de quimioterapia para outros hospitais devido à necessidade de libertar profissionais e espaços para reforçar os meios destinados à covid-19. Esta unidade hospitalar da Grande Lisboa tem hoje 204 doentes covid internados, 19 dos quais em cuidados intensivos, correspondendo ao maior número desde o início da pandemia, o que obriga à transferência de doentes para outros hospitais.

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A administração do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, admitiu este domingo ter de enviar os doentes em tratamento de quimioterapia para outros hospitais devido à necessidade de libertar profissionais e espaços para reforçar os meios destinados à covid-19. Esta unidade hospitalar da Grande Lisboa tem hoje 204 doentes covid internados, 19 dos quais em cuidados intensivos, correspondendo ao maior número desde o início da pandemia, o que obriga à transferência de doentes para outros hospitais.

“Neste momento está em análise a possibilidade de os doentes em quimioterapia poderem vir a fazer os seus tratamentos fora do HBA, com toda a segurança e sem qualquer perturbação para a continuidade desses tratamentos, de maneira a libertar mais alguns profissionais de saúde e espaços necessários ao reforço de meios destinados à covid-19”, refere o HBA. A ajuda na área da quimioterapia, tal como na cirurgia de ambulatório, é do Hospital da Luz Lisboa, Oeiras, Torres de Lisboa e Odivelas, lê-se ainda no comunicado.

Em comunicado, o hospital refere que todos os dias tem sido possível transferir alguns doentes covid-19 para hospitais públicos e privados, estando hoje previstas transferências para o Hospital dos Lusíadas (1), para o Hospital das Forças Armadas (ainda não definido o número) e para Portimão (5). “Este apoio, articulado com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, tem sido essencial para o descongestionamento da Urgência, mas, perante o agravar da situação do HBA e de todos os hospitais da região, poderá vir a ser insuficiente”, sublinha.

Para aumentar a capacidade de internamento, esta unidade hospitalar tem adoptado “diversas medidas que, principalmente, se destinam a libertar profissionais de saúde das suas actividades normais para poderem reforçar as equipas de urgência e das unidades de internamento”.

Neste momento, de acordo com o HBA, são já cinco as unidades de internamento (cada uma com 31 camas) destinadas a doentes covid-19, a que acrescem nove camas de Infecciologia (num total de 10) e 19 camas de Cuidados Intensivos. “Cerca de 60% da capacidade de internamento do HBA está alocada ao tratamento de doentes com covid-19”, acrescenta.

Este hospital mantém algumas actividades cirúrgicas programadas para situações prioritárias e inadiáveis, bem como toda a actividade de cirurgia de urgência. A cirurgia ambulatória tem sido realizada parcialmente fora do HBA e “assim continuará a ser até que se verifique uma melhoria acentuada do actual contexto”, de acordo com o hospital. Refere ainda que a actividade de consultas e exames foi reduzida, “mantendo-se exclusivamente a absolutamente necessária e inadiável”.

No total, este hospital tem ainda mais 59 doentes a aguardar a confirmação de resultados de testes à covid-19, correspondendo a 29 doentes internados em enfermaria, dois dos quais em pediatria, e 30 na Urgência.

O número total de camas das especialidades médico-cirúrgicas deste hospital é de 434, estando ocupadas 327 camas.