Pandemia e exploração deixam na mendicidade imigrantes que trabalham nos campos do Alentejo
Há pessoas sem abrigo, outras em casas abandonadas, muitas a pedir ajuda à Cáritas. A antecipação do fim da campanha da azeitona e a pandemia deixaram muitos estrangeiros numa situação aflitiva. Alvo da exploração de empresas de prestação de serviços, há quem se queixe ainda de salários em atraso. “São cada vez mais os que não têm nada para comer”, conta um empresário.
Ano após ano o cenário repete-se. A partir de meados de Setembro, milhares de cidadãos estrangeiros chegam a Beja vindos de cada vez mais longe. Vêm do subcontinente indiano — Nepal, Índia, Paquistão, Bangladesh. Ou da África subsariana — Senegal, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia e Gana. Mas também do Leste europeu — Moldova, Ucrânia, Roménia. E ainda do Brasil. A campanha da azeitona termina, em anos normais, no início de Fevereiro e garante trabalho. Mas este não foi um ano normal. A safra sofreu uma quebra que ronda os 40%. Menos produção, significa uma redução na mão-de-obra necessária, acrescido do encurtamento do tempo da campanha que, desta vez, no final de Dezembro, estava praticamente concluída.
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Ano após ano o cenário repete-se. A partir de meados de Setembro, milhares de cidadãos estrangeiros chegam a Beja vindos de cada vez mais longe. Vêm do subcontinente indiano — Nepal, Índia, Paquistão, Bangladesh. Ou da África subsariana — Senegal, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia e Gana. Mas também do Leste europeu — Moldova, Ucrânia, Roménia. E ainda do Brasil. A campanha da azeitona termina, em anos normais, no início de Fevereiro e garante trabalho. Mas este não foi um ano normal. A safra sofreu uma quebra que ronda os 40%. Menos produção, significa uma redução na mão-de-obra necessária, acrescido do encurtamento do tempo da campanha que, desta vez, no final de Dezembro, estava praticamente concluída.