Vitorino Silva: “Porque é que têm medo da Cultura? Calando a Cultura calam a democracia”
O candidato presidencial considera que a forma como António Costa apresentou as medidas do novo confinamento foi “brincar com quem trabalha”.
O candidato à presidência da República Vitorino Silva acusou nesta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, de “brincar com quem trabalha” devido à forma como anunciou o novo confinamento geral que entrará em vigor a partir das 0h de sexta-feira, quando as notícias dos dias anteriores davam conta de que o país fecharia já esta quinta-feira.
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O candidato à presidência da República Vitorino Silva acusou nesta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, de “brincar com quem trabalha” devido à forma como anunciou o novo confinamento geral que entrará em vigor a partir das 0h de sexta-feira, quando as notícias dos dias anteriores davam conta de que o país fecharia já esta quinta-feira.
“António Costa andou a brincar com quem trabalha. Fiquei muito triste quando muita gente que tinha restaurantes, influenciada pela comunicação social a dizer que o país ia fechar (hoje), não compraram nada para ter hoje nas mesas”, afirmou.
O candidato presidencial falava num restaurante em Foz Tua, em Trás-os-Montes, onde almoçou para mostrar as dificuldades deste sector e do turismo em geral e o que considerou as contracções do anunciado confinamento.
“O confinamento quando for, vamos todos, não é às pinguinhas. É claro que as pessoas estão a morrer, vou fazer tudo por tudo para que as pessoas não morram, mas também que não morra a economia”, sustentou.
Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, considerou “que foi uma falta de respeito” a forma como estas medidas foram decididas e anunciadas.
“Portugal é um país laico, não pode haver portugueses de primeira e portugueses de segunda. Se eu posso ir a uma igreja e não posso ir ao lado que haja um espectáculo de teatro, o que é que a igreja tem a mais a ver que a Cultura”, questionou, em relação à decisão de cancelar eventos culturais e permissão de eventos religiosos.
“Porque é que têm medo da Cultura? Calando a Cultura calam a democracia, não concordo. Eu sou a favor deste confinamento, mas para todos”, insistiu.
O candidato dedicou o dia de hoje aquilo que considera “a essência” e que é “o trabalho”, destacando o turismo, uma das principais actividades da zona que escolheu, Foz Tua, como a estação da linha do Douro.
“Quero uma vacina que cure a covid, mas que ao mesmo tempo cure a economia”, acrescentou.
Vitorino Silva viajou de comboio de Paredes até ao Tua onde trata as pessoas e é tratado por “tu”, pois por ali andou, e em todo Trás-os-Montes, “há trinta e tal anos”, a calcetar muitas aldeias da região. Nessa época, havia escolas, correios, tribunal, “havia pessoas” e actualmente “isto vai ficar sem gente”, observou.
“Quero vir aqui para dizer que o interior tem de contar sempre, não é em tempo de eleições”, afirmou o candidato que não quer “um país inclinado, um Portugal em que só os da linha da frente vejam o mar”.
“Quem dá subsídios, não dá para os regionais porque são poucos os habitantes que tem o interior, daqui a pouco até nem há o jornalista da terra, a rádio da terra”, enfatizou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de aneiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.