Há um site para percorrer a Lisboa Romana de lés-a-lés
Nova plataforma permite definir percursos de visita, assistir a recriações históricas e aceder a artigos científicos sobre as descobertas arqueológicas mais recentes. Também existirá em versão app.
Foi em 138 a.C. que os romanos puseram pé neste território a que hoje chamamos Lisboa e nessa data nasceu uma relação que duraria cinco séculos. Tão longa presença deixou marcas que arqueólogos e historiadores andam há décadas a tornar visíveis para o grande público. Essa missão ganhou um aliado esta quinta-feira com o lançamento do site Lisboa Romana.
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Foi em 138 a.C. que os romanos puseram pé neste território a que hoje chamamos Lisboa e nessa data nasceu uma relação que duraria cinco séculos. Tão longa presença deixou marcas que arqueólogos e historiadores andam há décadas a tornar visíveis para o grande público. Essa missão ganhou um aliado esta quinta-feira com o lançamento do site Lisboa Romana.
É simultaneamente um guia turístico, um repositório de conhecimento científico e uma plataforma de aprendizagem. “Fantástico, não é?”, dizia um técnico municipal na apresentação do site, que decorreu por videoconferência.
Logo à entrada, os visitantes podem comparar a actual configuração de Lisboa com a que existiria em Olisipo, ficando evidente que em 2000 anos muita terra se conquistou ao Tejo. A partir daí surge o mapa de toda a Área Metropolitana de Lisboa com estandartes numerados e com diferentes cores, permitindo obter informações sobre cerca de 400 sítios arqueológicos. O site indica quais são visitáveis, quais estão musealizados e quais os que, não podendo ser visitados fisicamente, têm visitas virtuais. Em alguns casos, a par de textos e fotografias, há vídeos animados que recriam a época.
“Foi a primeira vez que todos os municípios da área metropolitana criaram uma rede com o objectivo comum de partilhar informação”, destacou Inês Viegas, coordenadora do Lisboa Romana, um projecto lançado pela autarquia da capital em 2017. O site é o passo mais recente, mas no currículo da iniciativa está já a publicação de quatro livros e a comercialização de um vinho romano, em parceria com a Câmara de Arruda dos Vinhos. Para os próximos tempos está agendado o lançamento de uma aplicação para telemóveis que funcionará com recurso a QR codes, a venda de conservas romanas, a publicação de mais quatro livros e a realização de um congresso internacional. Aliada a esta programação está a abertura de uma exposição no Museu Nacional de Arqueologia, no segundo semestre de 2022.
No site estão delineados 15 percursos que permitem descobrir património romano entre Torres Vedras e Setúbal. Mas o visitante também pode definir a sua própria rota, escolhendo directamente a partir do mapa. Noutra secção encontram-se histórias e personagens de Olisipo e do mundo antigo que abrangem acontecimentos que vão do séc. VII a.C. ao séc. VII d.C., englobando assim a Lisboa pré e pós romana.
Para um público mais especializado existe o Repositorium, que funciona como um acervo de registos e artigos científicos sobre as descobertas que se vão fazendo. Neste esforço participam cerca de 250 investigadores, cinco universidades, 18 municípios e várias empresas de arqueologia.