Vestida para impeach: Nancy Pelosi repete indumentária do primeiro impeachment
A democrata e presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, “desenterrou” o fato com que liderou o primeiro impeachment a Donald Trump e voltou a envergar a mesma roupa no segundo e histórico processo.
Nancy Pelosi tem um vestido de impeachment, noticiou o New York Post. É que a presidente da Câmara dos Representantes vestiu exactamente a mesma roupa que apresentou quando do primeiro impeachment. “Um simbolismo”, escreveu a revista People.
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Nancy Pelosi tem um vestido de impeachment, noticiou o New York Post. É que a presidente da Câmara dos Representantes vestiu exactamente a mesma roupa que apresentou quando do primeiro impeachment. “Um simbolismo”, escreveu a revista People.
O gabinete de Nancy Pelosi confirmou à People que a roupa usada, na quarta-feira, pela democrata, que manterá a presidência da câmara baixa onde o seu partido mantém a maioria (ainda que tenha perdido lugares nas últimas eleições), foi a mesma levada à sessão de 18 de Dezembro de 2019, a data do primeiro impeachment. Na altura, o impeachment ao Presidente Donald Trump foi votado favoravelmente, depois de este ter sido acusado de reter cerca de 400 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia, ao mesmo tempo que pressionava o governante do país europeu a descobrir “podres” sobre a família de Joe Biden.
Talvez acreditando na boa sorte que a indumentária lhe traria – e trouxe: não só o processo de impeachment foi aprovado, como se esperava dada a maioria democrata, como contou com o aval de dez republicanos, um número superior ao inicialmente estimado –, Nancy Pelosi voltou a usar o fato escuro de saia e casaco, combinando-o com um colar dourado e uma máscara de protecção individual com motivos florais. De fora, ficou o broche dourado usado em 2019 que, explicou o New York Times, tinha a forma de uma maçã cerimonial, símbolo do poder legislativo.
É que até se poderia acreditar em coincidências, mas a política norte-americana é conhecida por não deixar a escolha do guarda-roupa ao acaso.
Frivolidade ou ferramenta de comunicação?
Analisar a roupa foi, ao longo de anos, sinal de frivolidade. Mas, notam os analistas políticos, a importância do guarda-roupa não é de desprezar. Foi isso que aconteceu a 5 de Fevereiro de 2019, durante o discurso do Estado da Nação de Donald Trump, quando a maioria das mulheres com assento no parlamento, várias republicanas incluídas, escolheram usar branco – cor associada ao movimento sufragista, numa repetição do que sucedera em 2017, mas ainda com mais força.
“Usar o branco sufragista é uma mensagem respeitosa de solidariedade para com as mulheres de todo o país, e uma declaração de que não voltaremos atrás nos nossos direitos duramente conquistados”, disse, na altura, a representante Lois Frankel da Florida à CNN.
No ano anterior, e seguindo os passos de Hollywood, vários congressistas vestiram-se de preto durante o discurso do Estado da União de Trump, em sinal de apoio aos movimentos #MeToo e Time's Up.
Já em Junho de 2020, Nancy Pelosi apresentou-se no Capitólio para anunciar a legislação de reforma da polícia do Partido Democrático num fato vermelho vivo que combinava com um cachecol originário do Gana. Isto numa altura em que o país fervilhava após a brutal morte de George Floyd sob custódia da polícia de Mineápolis, com muitos a darem voz a uma corrente de solidariedade com a comunidade negra sistematicamente brutalizada pelas autoridades.