Novo confinamento: escolas vão ter “campanha permanente” de testes antigénio
Todas as escolas vão estar abertas no novo confinamento. Costa anunciou que campanha de testagem está a ser articulada entre os ministérios da Saúde e da Educação.
As escolas vão continuar abertas no novo confinamento e terão uma “campanha permanente” de testes antigénio para despistar casos de infecção pelo novo coronavírus, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro.
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As escolas vão continuar abertas no novo confinamento e terão uma “campanha permanente” de testes antigénio para despistar casos de infecção pelo novo coronavírus, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro.
“Um dos factores que melhor nos tem permitido controlar a gestão da pandemia é termos adoptado uma política de testagem massiva: testagem, testagem, testagem. Relativamente às escolas vamos acompanhar o funcionamento das escolas com uma campanha de testes antigénio de forma a podermos ir detectando casos não detectados de eventuais contaminados”, disse António Costa.
O anúncio foi feito no final da reunião de Conselho de Ministros, na qual ficou decidido que as aulas presenciais iriam continuar em todos os níveis de ensino. O primeiro-ministro prometeu que os estabelecimentos de ensino iriam estar abertos “com as cautelas que tornaram a escola segura”.
Segundo o primeiro-ministro, o processo de campanha de testagem está neste momento a ser articulado entre os ministérios da Saúde e da Educação. A ideia é ter “uma campanha permanente de testes antigénio no sistema educativo de forma a despistar qualquer cadeia de transmissão que possa existir”, explicou.
A realização de testes de despistagem é uma das exigências que tem sido reivindicada por sindicatos de professores e directores escolares.
Professores e funcionários nas prioridades da vacinação?
Professores e funcionários escolares têm também pedido para fazer parte dos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19.
Questionado sobre essa hipótese, o primeiro-ministro remeteu para o grupo técnico que define as prioridades de vacinação contra a covid-19 a hipótese de poderem passar a integrar um dos grupos prioritários. “O critério de vacinação é definido por um grupo técnico e dirá o que terá a dizer sobre essa matéria”, afirmou.
A pergunta surgiu depois de o primeiro-ministro anunciar que as escolas de todos os ciclos de ensino vão manter-se abertas “em pleno funcionamento” durante o novo estado de emergência que entra em vigor na sexta-feira.
Sobre a possibilidade de ter de se alterar a medida de manter abertos todos os ciclos de ensino caso haja um agravamento da situação epidemiológica, António Costa optou por salientar como “o primeiro período [de aulas] correu muito bem” em termos de surtos.
“Verificámos ao longo de todo o primeiro período que o número de surtos foi diminuto e mesmo o número de casos reportados num universo escolar que envolve cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas [ensino obrigatório] não teve um peso significativo”, disse, sublinhando que “a escola é um local seguro e essencial ao processo da aprendizagem”.
Considerando que “o primeiro período correu muito bem, não há nenhuma evidência que corra mal”.
O primeiro-ministro reconheceu “todo o esforço extraordinário que os professores fizeram” desde Março, quando o ensino presencial foi substituído pelo ensino à distância, mas lembrou que o fecho das escolas representou “um custo para as crianças”.
“Não podemos sacrificar mais uma vez uma geração que é a que nos dará continuidade. Sacrificar de novo mais um ano lectivo seria altamente prejudicial e por isso vamos manter as escolas abertas em todos os seus escalões, desde o pré-escolar até ao ensino pós-universitário”, disse.
António Costa explicou que a medida se prende com “a necessidade de não voltar a sacrificar a actual geração de estudantes”.
Já na terça-feira, o ministro da Educação tinha defendido, no Parlamento, a manutenção das aulas presenciais, lembrando que o ensino à distância prejudica as aprendizagens dos alunos, em especial os mais carenciados.
António Costa reconheceu que o “tema divide a comunidade científica, mas une a comunidade educativa”, referindo-se aos representantes dos pais e encarregados de educação assim como dos directores escolares.
Na terça, o primeiro-ministro e líderes partidários estiveram reunidos com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, não havendo consenso entre os peritos quanto à melhor solução para as escolas.
“Estamos a viver o momento mais perigoso, mas também um momento de mais esperança”, afirmou esta quarta-feira António Costa, pedindo às pessoas se fixem na regra de “ficar em casa” e não nas excepções.
Portugal ultrapassou esta quarta-feira os 500 mil casos de infecção com o novo coronavírus registados desde o início da pandemia, em Março de 2020, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS). De acordo com o boletim epidemiológico da DGS, com o registo de 10.556 novos casos nas últimas 24 horas, Portugal atingiu esta quarta-feira os 507.108 casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.