Larva torna-se o primeiro insecto comestível aprovado na Europa
Se os insectos comestíveis podem ser uma novidade entre os europeus, no resto do mundo — incluindo partes da Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia — estes são comidos, por exemplo, em hambúrgueres ou em barras e bolachas.
As larvas de besouros são os primeiros insectos autorizados pela Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla inglesa) para serem usados como ingrediente na alimentação humana. Trata-se do primeiro insecto comestível a ser aprovado na Europa. Actualmente, estas já são utilizadas na produção de rações para animais, nomeadamente para os de estimação.
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As larvas de besouros são os primeiros insectos autorizados pela Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla inglesa) para serem usados como ingrediente na alimentação humana. Trata-se do primeiro insecto comestível a ser aprovado na Europa. Actualmente, estas já são utilizadas na produção de rações para animais, nomeadamente para os de estimação.
Assim, estas larvas poderão ser usadas inteiras ou secas, por exemplo, em caril ou noutras receitas como macarrão; ou podem ser transformadas em farinha para fazer massas, bolos, bolachas ou pão. Ricas em proteína, gordura e fibra, estas larvas serão, muito provavelmente, as primeiros de muitos outros insectos que poderão ser aprovados pela Europa para consumo humano, antevê Ermolaos Ververis, químico alimentar da EFSA. “Há um grande interesse da comunidade científica e também da indústria de alimentos no sector de insectos comestíveis”, justifica.
Se os insectos comestíveis podem ser uma novidade entre os europeus, no resto do mundo — incluindo partes da Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia — estes são comidos, por exemplo, em hambúrgueres ou em barras e bolachas.
Contudo, a introdução de insectos na alimentação europeia pode ser mais lenta, prevêem alguns sociólogos ouvidos pela Reuters. Uma das razões é a dificuldade em ultrapassar o preconceito e as barreiras psicológicas. “Existem razões cognitivas derivadas das nossas experiências sociais e culturais que tornam a ideia de comer insectos repelente”, aponta Giovanni Sogari, investigador social e de consumo da Universidade de Parma, Itália. “Com o tempo e a exposição, essas atitudes podem mudar.”
A EFSA informa que, desde 2018, já recebeu 156 pedidos de avaliações de segurança de “novos alimentos”, desde alimentos derivados de algas a uma variedade de espécies de insectos.