Joe Biden nomeia veterano diplomata William Burns para dirigir a CIA
William Burns serviu cinco presidentes norte-americanos, tendo desempenhado funções relacionados com política externa durante 33 anos. Foi embaixador na Jordânia e na Rússia.
Joe Biden escolheu o diplomata William Burns para chefiar a CIA, anunciou esta segunda-feira a equipa de transição do Presidente eleito. O embaixador, de 64 anos, tem uma vasta experiência na política externa norte-americana, tendo desempenhado funções em administrações democratas e republicanas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Joe Biden escolheu o diplomata William Burns para chefiar a CIA, anunciou esta segunda-feira a equipa de transição do Presidente eleito. O embaixador, de 64 anos, tem uma vasta experiência na política externa norte-americana, tendo desempenhado funções em administrações democratas e republicanas.
“Bill Burns é um diplomata exemplar com décadas de experiência a nível mundial em manter o nosso povo e o nosso país em segurança”, anunciou Joe Biden em comunicado.
“Partilha a profunda convicção de que os serviços secretos devem ser apartidários e que os seus profissionais dedicados a servir a nação merecem a nossa gratidão e respeito”, acrescentou o Presidente eleito dos Estados Unidos, referindo que William Burns tem as competências necessárias para “prevenir e enfrentar as ameaças” aos Estados Unidos. “O povo americano vai dormir descansado com ele como nosso director da CIA”, garantiu.
Fontes próximas da futura Administração Biden disseram à CNN que a escolha de Burns deve-se à sua vasta experiência diplomática, com o Presidente eleito dos Estados Unidos a pretender dar maior credibilidade aos serviços secretos após a saída de Trump.
Além disso, Burns é especialista na Rússia, o que será um trunfo importante na próxima presidência, tendo em conta o aumento da tensão entre Washington e Moscovo, em parte devido aos recentes ataques informáticos a várias agências norte-americanas atribuídos a hackers russos.
O diplomata, que preside ao think tank Carnegie Endowment for International Peace, foi vice-secretário de Estado durante a presidência de Barack Obama, cargo que assumiu depois de mais de três décadas a servir a política externa norte-americana, funções que abandonou em 2014, após 33 anos de trabalho.
William Burns serviu cinco presidentes norte-americanos, tanto democratas como republicanos, desempenhando funções em dez secretarias de Estado. Na sua carreira diplomática, foi embaixador da Rússia durante o mandato de George W. Bush, e da Jordânia na presidência de Bill Clinton.
O escolhido por Joe Biden para chefiar a CIA tem uma vasta experiência no Médio Oriente, tendo sido um dos responsáveis pelas conversações que levaram à assinatura histórico acordo sobre o programa nuclear do Irão.
Durante a maior parte do mandato de Donald Trump, Burns manteve o silêncio quanto à política da Casa Branca. No entanto, nos últimos meses, escreveu vários artigos críticos do Presidente Trump.
Em Agosto, num ensaio publicado em The Atlantic, Burns alertou para a possibilidade de Trump, caso fosse derrotado, tentar insinuar que as eleições eram “fraudulentas”, ou, “no pior cenário, tentar contestar ou minar os resultados”.
De acordo com a imprensa norte-americana, William Burns chegou a ser apontado como um dos favoritos à nomeação para secretário de Estado. No entanto, Biden acabou por escolher Antony Blinken para o cargo.
A escolha de Burns terá de ser aprovada pelo Senado norte-americano, num processo que pode demorar mais do que o previsto devido aos esforços de Donald Trump para contestar o resultado das eleições presidenciais, o que dificultou e atrasou o processo de transição.
No entanto, a aprovação do embaixador deverá ser consensual, juntando apoio de democratas e republicanos, tendo em conta o seu vasto historial de trabalho para administrações lideradas pelos dois partidos.