Covid-19: Reino Unido começa vacinação em massa e quer inocular todos os adultos até ao Outono
Com mais de 81 mil mortes e mais de três milhões de infectados, Governo britânico quer vacinar todos os adultos até ao Outono. Até agora foram administradas 2,7 milhões de doses.
Com 2,3 milhões de pessoas já vacinadas com a primeira dose e 400 mil pessoas que já receberam o reforço (as duas doses necessárias para a vacina atingir a eficácia máxima), incluindo 40% dos britânicos acima dos 80 anos e quase um quarto dos residentes em lares, o Reino Unido vai acelerar e alargar o seu programa de vacinação contra a covid-19.
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Com 2,3 milhões de pessoas já vacinadas com a primeira dose e 400 mil pessoas que já receberam o reforço (as duas doses necessárias para a vacina atingir a eficácia máxima), incluindo 40% dos britânicos acima dos 80 anos e quase um quarto dos residentes em lares, o Reino Unido vai acelerar e alargar o seu programa de vacinação contra a covid-19.
O objectivo é vacinar 15 milhões de pessoas mais vulneráveis até meio de Fevereiro e toda a população adulta até ao Outono. Para tornar isso possível – numa altura em que o país conta com mais de 81 mil mortes e mais de três milhões de infectados, e vive “o pior desta pandemia” –, foram inaugurados esta segunda-feira em Inglaterra sete centros regionais de vacinação em massa (em centros de conferências, um estádio de futebol, um hipódromo).
Os novos centros vão funcionar em paralelo com os mais de mil hospitais e consultórios onde já se administram vacinas, um número que deverá chegar aos 1200 até ao final da semana, com a abertura de novos centros – até ao fim do mês, esperam-se que sejam 1700.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, descreveu o esforço para conseguir chegar a esses 15 milhões como uma “corrida de velocidade”. “Depois vai começar outra corrida até Abril enquanto vacinamos o resto dos grupos vulneráveis”, descreveu, numa conferência de imprensa depois de visitar um dos novos centros. “E a seguir, finalmente, uma maratona até ao Outono, à medida que conseguirmos levar a vacinação a todas as outras pessoas.”
“Estamos no caminho para chegar ao objectivo. Não vai ser fácil mas vamos lá chegar”, assegura Hancock. “A maior limitação neste momento é a oferta, mas está a aumentar.” Actualmente, estão a ser vacinadas em média 210 mil pessoas por dia, de terça-feira a domingo.
Ao longo do fim-de-semana começaram a ser enviadas perto de 600 mil cartas a pessoas com 80 anos ou mais que vivem nas redondezas de cada um destes centros, convidando-as a fazer uma marcação para serem vacinadas. “Claro que começaremos com os mais vulneráveis”, diz Hancock.
O Reino Unido foi o primeiro país ocidental a iniciar uma campanha de vacinação geral, a 8 de Dezembro, e começou pelos grupos populacionais em maior risco de contrair a doença, pessoas com mais de 80 anos hospitalizadas ou com doenças crónicas, passando em seguida aos trabalhadores dos lares e aos profissionais de saúde na linha da frente.
Entretanto, na tentativa de ganhar velocidade, criou centros de vacinação drive-through, em que basta estender o braço sem sair do carro – foi o primeiro país a fazê-lo. O Sistema Nacional de Saúde [NHS, na sigla em inglês] começou por administrar a vacina da Pfizer-BioNTech, a 30 de Dezembro aprovou a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, e na sexta-feira aprovou o uso da vacina da Moderna.
“Assumir o controlo”
“Estamos a aproximar-nos do ponto em que a vacinação nos vai permitir assumir o controlo disto, mais ainda não estamos lá”, afirmara ao início do dia Chris Whitty, o director-geral de Saúde britânico. Aliás, à medida que o programa de vacinação começa a alargar-se, “as próximas semanas serão as piores desta pandemia, em termos de números no sistema nacional de saúde”, avisa.
Em Abril, no pico da primeira vaga, estavam hospitalizadas 18 mil pessoas. De acordo com os dados divulgados pelo ministro da Saúde, há agora 32.294 hospitalizados.
Com os hospitais sobrecarregados e algumas zonas de Londres a chegar a uma média de um em cada 20 habitantes diagnosticados com o novo coronavírus, na sexta-feira o presidente da câmara da capital colocou a cidade em situação de “incidente muito grave”, uma figura jurídica que prevê a coordenação dos vários serviços de emergência. Com a nova variante, cuja transmissão é bastante superior à estirpe mais comum do vírus, Sadiq Khan assumiu que a propagação está “descontrolada” na capital.
“Qualquer pessoa que não esteja chocada com o número de pessoas no hospital que estão gravemente doentes e que estão a morrer nesta pandemia, penso que não percebeu nada disto”, afirmou Whitty à BBC. “Esta situação é assustadora.”