Covid-19 já provocou 2254 mortes entre utentes dos lares de idosos

O país registava na sexta-feira 223 surtos em estruturas residenciais para idosos, com um total de 6603 casos de infecção.

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Governo garante que não foram registadas até agora "reacções adversas" entre os idosos vacinados nos lares Daniel Rocha (arquivo)

Desde que a pandemia começou já morreram 2254 idosos institucionalizados em lares, segundo o balanço da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que dá conta ainda de um total de 223 surtos activos em lares, dos quais 122 em Lisboa e Vale do Tejo, 30 no Centro, 38 no Norte, 19 no Alentejo e cinco na região do Algarve.

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Desde que a pandemia começou já morreram 2254 idosos institucionalizados em lares, segundo o balanço da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que dá conta ainda de um total de 223 surtos activos em lares, dos quais 122 em Lisboa e Vale do Tejo, 30 no Centro, 38 no Norte, 19 no Alentejo e cinco na região do Algarve.

Entre os óbitos acumulados desde o início da pandemia, a maior parte (883) ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo, no Centro (com 600 casos mortais) e no Norte (591 casos). No Alentejo, houve 161 mortes entre os idosos institucionalizados em estruturas residenciais e 19 no Algarve.

Os números foram actualizados numa altura em que se aproxima do fim a primeira fase de vacinação nos lares de idosos, sendo que o que se previa era que até ao dia 8 de Janeiro estariam vacinadas cerca de 12 mil pessoas, entre funcionários e idosos, de 150 lares espalhados pelos 25 concelhos de “risco extremo” em termos de incidência da covid-19. Ao PÚBLICO, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), que tutela os lares, não adiantou se as vacinas chegaram ao universo previsto, garantindo, porém, que “o processo está a decorrer com toda a normalidade”.

Sabe-se, porém, que de fora desta primeira fase da vacinação, que arrancou no dia 27, ficaram os lares com surtos activos de covid-19. E, segundo a DGS, há actualmente 223 surtos em lares de idosos, dos quais 38 na região Norte, 39 no Centro, 122 em Lisboa e Vale do Tejo, 19 no Alentejo e cinco no Algarve. No total, existiam na última sexta-feira 6603 casos de covid-19 em lares.

Os idosos institucionalizados em lares inseridos nos concelhos de “risco extremo” (mais de 960 novos casos de infecção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) foram o segundo grupo prioritário – a seguir aos profissionais de saúde – nesta primeira fase da campanha de vacinação.

Numa altura em que foram já administradas 70 mil doses de vacinas em Portugal, conforme divulgado na sexta-feira pela DGS, no tocante aos lares “não existe até à data qualquer indicação de reacções adversas”, garantiu ainda fonte do MTSSS. A partir de segunda-feira, a vacinação deverá alargar-se aos lares de outros concelhos, sendo que, segundo a ministra Ana Mendes Godinho, a ideia é administrar cerca de 200 mil vacinas em lares de idosos entre Janeiro e Fevereiro, nos próximos dois meses, entre a primeira e a segunda doses.

O país contava, em Setembro, cerca de 99 mil utentes institucionalizados nas 2520 instituições residenciais para idosos existentes no país. Daquelas, 1673 pertencem à chamada rede solidária (misericórdias e instituições particulares de solidariedade social, com quem o Estado estabelece acordos de cooperação) e 847 à rede lucrativa. Fora desta contabilidade estão os lares ilegais, cujos utentes serão igualmente abrangidos pela vacinação que começou no dia 27 de Dezembro.