Nova gestão do Parque Natural de São Mamede quer “maior proximidade” com populações

Área protegida do nordeste alentejano é a primeira do país com comissão de co-gestão constituída. O organismo reúne representantes do turismo, da agricultura, da protecção ambiental, do ICNF e da academia, e terá como responsável máximo o presidente da Câmara de Castelo de Vide.

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Margarida Basto

O presidente da nova comissão de co-gestão do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM) apontou, na passada quarta-feira (dia 6), como uma “lacuna grave” a falta de diálogo entre o parque e as populações, situação que pretende alterar.

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O presidente da nova comissão de co-gestão do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM) apontou, na passada quarta-feira (dia 6), como uma “lacuna grave” a falta de diálogo entre o parque e as populações, situação que pretende alterar.

O PNSSM, localizado nos municípios de Portalegre, Arronches, Castelo de Vide e Marvão, é a primeira área protegida do país com uma comissão de co-gestão constituída, tendo o despacho sido publicado em Diário da República em 28 de Dezembro do ano passado.

“É desígnio desta comissão contribuir para um parque mais inclusivo e de maior proximidade, por forma a que as populações dos concelhos que o integram se sintam identificadas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, que preside à comissão de co-gestão.

“Esta comissão pretende implementar uma nova dinâmica, mais comunicação, mais promoção e mais sensibilização por forma afirmar-se o PNSSM num activo que na prática contribua para a valorização do território, promovendo emprego e mais economia”, acrescentou.

De acordo com o autarca, a “missão principal” desta comissão visa “criar uma dinâmica partilhada” da área protegida, estabelecendo “procedimentos e estratégias concertadas” através de uma “maior articulação e eficiência das interacções” entre o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os municípios e entidades públicas envolvidas neste processo.

O autarca disse ainda que no dia 6 de Janeiro decorreu a primeira reunião da comissão de co-gestão do PNSSM, tendo na sua ordem de trabalhos a apresentação dos membros, a análise da proposta de regulamento de funcionamento da mesma, a designação da estrutura de apoio e o plano de gestão e plano anual de actividades.

“É, portanto, com enorme expectativa que esta equipa assume a responsabilidade de iniciar um novo ciclo para o PNSSM”, disse.

Segundo uma nota do gabinete do ministro do Ambiente e Acção Climática, esta comissão de co-gestão do PNSSM tem como objectivo “promover a participação” na gestão deste parque natural por parte das “diversas entidades relevantes” na região.

“Esta comissão de co-gestão terá responsabilidades específicas, enquanto órgão de administração e gestão desta área protegida, sendo o primeiro responsável perante a comunidade pelo desempenho nos domínios da promoção, sensibilização e comunicação”, lê-se na nota.

A comissão de co-gestão do PNSSM é presidida por António Pita, sendo substituído, nas situações de impedimento ou ausência, pela presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira.

Esta entidade é ainda formada pelo director regional da Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo (substituído, nas situações de impedimento ou ausência, pelo chefe de Divisão de Cogestão de Áreas Protegidas do Alentejo), e um representante do Instituto Politécnico de Portalegre.

A estrutura conta também com um representante da associação ambientalista Quercus, um representante da Associação de Lugares da Serra Alentejana, um representante da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre e um representante do Turismo do Alentejo.