Desemprego voltou a recuar em Novembro

Há ainda mais 58 mil pessoas desempregadas do que havia em Março, antes das primeiras medidas de confinamento, mas a tendência dos últimos meses tem sido de descida neste indicador.

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Rui Gaudencio

Apesar do reforço de algumas das medidas de confinamento, a taxa de desemprego em Portugal deverá ter voltado, pelo terceiro mês consecutivo, a diminuir no passado mês de Novembro, com o número de pessoas empregadas também a continuar a subir. Ainda assim, a situação do mercado de trabalho em Portugal continua a ser claramente mais negativa do que era antes da chegada da pandemia do novo coronavírus.

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Apesar do reforço de algumas das medidas de confinamento, a taxa de desemprego em Portugal deverá ter voltado, pelo terceiro mês consecutivo, a diminuir no passado mês de Novembro, com o número de pessoas empregadas também a continuar a subir. Ainda assim, a situação do mercado de trabalho em Portugal continua a ser claramente mais negativa do que era antes da chegada da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a primeira estimativa publicada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego mensal, ajustada do efeito da sazonalidade, terá descido para 7,2% em Novembro, depois de em Outubro já ter recuado de 7,9% para 7,5%. Os dados referentes a Novembro são ainda provisórios, podendo vir a ser corrigidos dentro de um mês.

A melhoria deste indicador acontece num período em que diversos indicadores de actividade económica se deterioraram em Portugal, na sequência de um agravamento das medidas de confinamento em vigor. Habitualmente, o efeito das oscilações da actividade económica no desemprego não são imediatas, podendo demorar algum tempo a concretizarem-se.

Assim, de acordo com os dados do INE, a taxa de desemprego mensal, depois da forte subida registada durante o passado Verão, atravessa agora uma tendência de diminuição que se prolonga já desde Agosto, mês em que este indicador atingiu 8,1%.

A taxa de desemprego de 7,2% em Novembro fica, de qualquer modo, ainda 0,5 pontos percentuais acima do valor registado em igual mês do ano anterior e supera em um ponto percentual os 6,2% que se verificavam no país em Março de 2020, o último mês antes da adopção das primeiras medidas sérias de confinamento.

Entre Março e Novembro, apesar da descida recentemente verificada, passou a haver mais 58 mil pessoas desempregadas em Portugal, segundo os dados corrigidos do efeito da sazonalidade.

No que diz respeito ao número de pessoas empregadas, o INE estima um aumento de 36 mil em Outubro e de 27 mil em Novembro, registando-se neste mês, nos dados corrigidos da sazonalidade, exactamente o mesmo valor que em Março.

Em relação à taxa de subutilização de trabalho - um indicador mais alargado de desemprego que inclui também as pessoas que desistiram de encontrar emprego ou que estão contrariadas a desempenhar trabalhos apenas a tempo parcial – registou-se uma descida para 14%, depois de 14,9% em Outubro e de 15,4% em Setembro. Ainda assim, o indicador está claramente acima dos 12,5% verificados em igual período do ano passado.