DGS recomenda medidas para prevenir efeitos do frio

O IPMA prevê a continuação de tempo frio e seco, descida das temperaturas do ar, acentuado arrefecimento nocturno, formação de gelo ou geada e intensificação do vento frio com um consequente aumento do desconforto térmico.

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Cais do Sodré, Lisboa Sara Jesus Palma

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) advertiu esta quarta-feira que “é provável” que as baixas temperaturas tenham repercussões sobre a mortalidade nos próximos dias, nomeadamente nos idosos, recomendando medidas para evitar os efeitos negativos do frio na saúde.

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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) advertiu esta quarta-feira que “é provável” que as baixas temperaturas tenham repercussões sobre a mortalidade nos próximos dias, nomeadamente nos idosos, recomendando medidas para evitar os efeitos negativos do frio na saúde.

As recomendações da DGS surgem na sequência das previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que apontam para a continuação de tempo frio e seco, descida das temperaturas do ar (máxima e mínima), acentuado arrefecimento nocturno, formação de gelo ou geada e intensificação do vento frio com um consequente aumento do desconforto térmico.

“À semelhança do que se verificou em outros anos, é provável que as baixas temperaturas tenham repercussões sobre a mortalidade nos próximos dias, nomeadamente nas pessoas com 65 ou mais anos, pelo que as medidas recomendadas adquirem particular relevo neste grupo etário”, refere a DGS em comunicado.

Para evitar os efeitos negativos do frio na saúde, a DGS recomenda à população “evitar a exposição prolongada ao frio e mudanças bruscas de temperatura”, para “manter o corpo quente, utilizando várias camadas de roupa”, proteger as extremidades do corpo com luvas, gorro, cachecol, meias e calçado quente e antiderrapante, e manter a hidratação, ingerindo sopas e bebidas quentes e “evitar o álcool, que proporciona uma falsa sensação de calor”.

Alerta também para a necessidade de prestar atenção aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente crianças nos primeiros anos de vida, doentes crónicos, pessoas idosas ou em condição de maior isolamento, trabalhadores que exerçam actividade no exterior e pessoas sem-abrigo.

Acautelar a prática de actividades no exterior, seguir as recomendações do médico assistente, garantindo a toma adequada de medicação para doenças crónicas, e adoptar uma condução defensiva, uma vez que poderão existir locais na estrada com acumulação de gelo, são outros conselhos da DGS.

A nível de medidas ambientais, a autoridade de saúde recomenda à população que verifique o estado de funcionamento dos equipamentos de aquecimento e para “manter a casa quente, garantindo uma adequada ventilação das habitações (renovação do ar), em particular quando não for possível evitar o uso de braseiras ou lareiras”.

A DGS realça ainda que é preciso “ter especial atenção aos aquecimentos com combustão”, como braseiras e lareiras, que podem causar intoxicação devido à acumulação de monóxido de carbono e levar à morte, e evitar o uso de dispositivos de aquecimento durante o sono, desligando sempre quaisquer aparelhos antes de deitar.

“Mantenha-se informado, hidratado e quente” é a mensagem da DGS, que apela às pessoas para, no caso de ficarem doentes, não correrem para as urgências e ligarem para o SNS 24 (808 24 24 24).

Segundo o IPMA, a partir da madrugada de domingo prevê-se a substituição gradual de uma massa de ar polar por uma massa de ar com características de ar Árctico, sobre Portugal continental.

“Como consequência, na próxima semana, a temperatura mínima deverá variar entre -6 e 6°C na generalidade do território e a temperatura máxima não ultrapassará os 14°C, estando previsto que os valores mais baixos sejam registados nas regiões do interior Norte e Centro”, refere a DGS, citando o IPMA.