Monumentos e museus do Norte tiveram o menor número de visitas da última década

Depois de em 2019 ter batido o recorde de dois milhões de visitantes, o conjunto de equipamentos culturais geridos pela Direcção Regional de Cultura do Norte viu cair a pique a afluência de público em ano de pandemia, contabilizando apenas cerca de 666 mil entradas.

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O Paço dos Duques, em Guimarães, foi o monumento mais visitado em 2020 PAULO PIMENTA

O surto de covid-19 pôs a claro o carácter precário e intermitente do sector cultural e exacerbou as dificuldades com que trabalhadores e instituições já se debatiam anteriormente. Concretamente, o encerramento forçado de museus e monumentos entre 25 de Março e 18 de Maio, no âmbito do confinamento geral decretado pelo Governo, ajuda a explicar a derrapagem no número de visitantes nos equipamentos culturais da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que no ano passado registou o menor número de entradas da última década. 

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O surto de covid-19 pôs a claro o carácter precário e intermitente do sector cultural e exacerbou as dificuldades com que trabalhadores e instituições já se debatiam anteriormente. Concretamente, o encerramento forçado de museus e monumentos entre 25 de Março e 18 de Maio, no âmbito do confinamento geral decretado pelo Governo, ajuda a explicar a derrapagem no número de visitantes nos equipamentos culturais da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que no ano passado registou o menor número de entradas da última década. 

Em comunicado enviado às redacções, a DRCN refere que os sete museus e monumentos sob a sua tutela contabilizaram 665 993 visitantes, “o que representa uma descida de 71% em comparação com o ano anterior”, altura em que foi alcançado o “recorde absoluto” de 2.232.154 entradas, valor que estava de acordo com a “tendência de crescimento verificada nos últimos anos” e que significava “uma subida de 22,9%” em relação a 2018. 

O Director Regional de Cultura do Norte, António Ponte, admite que “atendendo à situação provocada pela pandemia covid-19, era já expectável esta redução de afluência”, mas sublinha, citado no comunicado, a capacidade de reinvenção e adaptação de museus e instituições “ao universo digital para assim manterem o contacto com os seus visitantes”. 

Entre os sete museus dirigidos pela DRCN – Museu de Lamego, Museu dos Biscainhos e Museu D. Diogo de Sousa (Braga), Paço dos Duques e Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Museu do Abade de Baçal (Bragança –, o Paço dos Duques e o Castelo de Guimarães foram os mais visitados, totalizando 135.412 e 129.784 entradas, respectivamente, mas continua a haver uma descida acentuada, correspondente a uma diminuição na ordem dos 70,7% e 65,3% relativamente ao período homólogo.