Nancy Pelosi reeleita presidente da Câmara dos Representantes dos EUA
Líder democrata foi reconduzida com a margem mais curta das últimas décadas e definiu o combate à pandemia como a grande prioridade do Congresso.
Nancy Pelosi foi reeleita no domingo para o cargo de presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, pela margem mais curta das últimas duas décadas. A dirigente política de 80 anos, do Partido Democrata, disse que o principal desafio do seu mandato será a continuação do combate à covid-19 e a recuperação da economia do país.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Nancy Pelosi foi reeleita no domingo para o cargo de presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, pela margem mais curta das últimas duas décadas. A dirigente política de 80 anos, do Partido Democrata, disse que o principal desafio do seu mandato será a continuação do combate à covid-19 e a recuperação da economia do país.
“Inauguramos um novo Congresso num tempo de extraordinárias dificuldades. Chegou a altura de a nossa nação sarar. A nossa prioridade mais urgente continuará a ser derrotar o coronavírus. E iremos derrotá-lo”, afirmou Pelosi, no seu primeiro discurso da nova legislatura, citada pela Reuters.
A líder democrata obteve 219 votos a favor e 206 contra – numa Câmara dos Representantes com 222 democratas e 212 republicanos –, mantendo-se no cargo que a coloca na terceira linha da sucessão presidencial, atrás do vice-presidente.
Pelosi, que já tinha exercido o cargo entre 2007 e 2011, não enfrentava nenhum oponente. Ainda assim, cinco congressistas do seu partido decidiram não apoiar a recandidatura.
A capacidade de acção da Câmara dos Representantes liderada pelo Partido Democrata – que perdeu 11 congressistas para o Partido Republicano nas eleições de Novembro – vai depender, em grande medida, do desfecho da segunda volta das eleições para o Senado no estado da Georgia, na terça-feira.
Para conquistarem, também, a maioria na câmara alta do Congresso – e terem caminho livre para passar legislação e reformas sem o risco de bloqueio republicano – os democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock têm de derrotar os republicanos David Perdue e Kelly Loeffler, num estado que não elege um senador democrata há 20 anos.
Pressões de Trump
A votação de Pelosi teve lugar no mesmo dia em que foi divulgada uma gravação áudio de Donald Trump, revelada pelo The Washington Post, a pedir ao governador da Georgia para “encontrar” os votos necessários para reverter a votação neste estado – conquistado pelo vencedor das eleições presidenciais, Joe Biden.
O Presidente dos EUA telefonou no sábado ao responsável pela certificação dos resultados eleitorais naquele estado e confrontou o responsável com inúmeras teorias da conspiração, ameaçando-o com acusações criminais sem fundamento aparente.
“O povo da Georgia está furioso, o povo americano está furioso. E não há nada de errado em dizer que vocês fizeram novos cálculos”, diz Trump durante a conversa.
“Olhe, o que eu quero que você faça é isto. Só quero encontrar 11.780 votos, um voto a mais do que temos. Porque nós ganhámos”, insiste o chefe de Estado.
De acordo com a Associated Press, Trump terá garantido o apoio de uma dúzia de senadores republicanos e até 100 membros da Câmara dos Representantes para desafiarem os votos do Colégio Eleitoral – 306 para Biden e 232 para Trump –, quando o Congresso se reunir, na quarta-feira, numa sessão conjunta, para a cerimónia de contagem desses votos.
A cerimónia costuma ser uma formalidade, mas a insistência do Presidente em pôr em causa os resultados das eleições e o desejo de algumas figuras do Partido Republicano de se manterem relevantes como potenciais candidatos presidenciais em 2024 devem provocar interrupções nos trabalhos.
A tomada de posse de Joe Biden está agendada para o dia 20 de Janeiro.
Com agências