Boris Johnson prepara-se para anunciar confinamento em Inglaterra

Primeiro-ministro britânico fala ao país às 20h para anunciar novas medidas, entre elas o encerramento das escolas e a obrigatoriedade do teletrabalho. Escócia antecipou-se e já anunciou confinamento nacional.

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Boris Johnson visitou o Chase Farm Hospital, no norte de Londres Reuters/POOL

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prepara-se para anunciar um confinamento em Inglaterra semelhante ao imposto no país em Março, no início da pandemia de covid-19.

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prepara-se para anunciar um confinamento em Inglaterra semelhante ao imposto no país em Março, no início da pandemia de covid-19.

Entre as medidas que deverão ser anunciadas, segundo a BBC, está a obrigatoriedade do teletrabalho (à excepção dos trabalhadores considerados essenciais ou daqueles que não consigam exercer a sua profissão a partir de casa) e o encerramento das escolas para a maioria dos alunos.

As novas medidas entram em vigor a partir da meia-noite desta terça-feira. Na quarta-feira, o Parlamento britânico reúne-se de emergência para discutir e aprovar as medidas, sendo que o líder da oposição, Keir Starmer, do Partido Trabalhista, já tinha defendido durante o último fim-de-semana a imposição de medidas mais restritivas para conter a propagação do coronavírus e aliviar a pressão nos hospitais britânicos.

Nas últimas 24 horas, o Reino Unido registou mais 58.784 casos de SARS-CoV-2, um máximo diário desde o início da pandemia, e 407 mortes devido à covid-19. Além disso, é o sétimo dia consecutivo em que o número de novas infecções diárias é superior a 50 mil, o que os especialistas acreditam que se deve à proliferação da nova variante do vírus, detectada em Dezembro, em Londres.

Perante a situação epidemiológica no país, que deixou os hospitais ingleses no limite e o sistema nacional de saúde em risco de ruptura nos próximos 21 dias, as autoridades sanitárias aumentaram o alerta do actual nível 4 para o nível 5, o máximo na escala, que, segundo o Governo britânico, significa que existe um “risco material de sobrecarga dos serviços de saúde”. Quando o confinamento foi decretado em Março, levando ao encerramento de escolas e do comércio, o Reino Unido estava no nível 4.

“O primeiro-ministro está ciente de que novas medidas devem ser tomadas agora para impedir este aumento [de novas infecções], proteger o serviço nacional de saúde e salvar vidas”, disse um porta-voz do número 10 de Downing Street à BBC.

Antes de Boris Johnson falar ao país às 20h, a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, anunciou um confinamento a nível nacional na Escócia, admitindo estar “mais preocupada com a situação que enfrentamos agora do que em qualquer outro momento desde Março do ano passado”.

O confinamento imposto na Escócia, que entra em vigor à meia-noite de terça-feira, prevê o encerramento das escolas até Fevereiro, a obrigatoriedade do teletrabalho sempre que possível, encerramento dos locais de culto, a proibição de exercício físico em grupo e cada escocês só se pode encontrar com uma pessoa de outro agregado familiar.

“É essencial que limitemos as interacções entre diferentes agregados familiares para conter a propagação do vírus e pôr a situação sob o nosso controlo, enquanto vacinamos mais pessoas”, disse Sturgeon.

Esta segunda-feira, o Reino Unido tornou-se o primeiro país a administrar a vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica britânica AstraZeneca. Brian Pinker, de 82 anos, foi a primeira pessoa a receber esta vacina.