Sturgeon quer Escócia de regresso à União Europeia como nação independente

“Não queríamos partir e esperamos juntar-nos a vocês logo que sejamos um parceiro igual”, escreveu a primeira-ministra da Escócia na página oficial do Partido Nacional Escocês.

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Nicola Sturgeon Clodagh Kilcoyne/Reuters

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse esperar que a Escócia consiga a independência e possa aderir à União Europeia, sublinhando que o “Brexit" aconteceu contra a vontade da “esmagadora maioria” dos escoceses expressa em referendo em 2016.

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A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse esperar que a Escócia consiga a independência e possa aderir à União Europeia, sublinhando que o “Brexit" aconteceu contra a vontade da “esmagadora maioria” dos escoceses expressa em referendo em 2016.

Estamos a passar por um ‘Brexit’ duro contra a nossa vontade, no pior momento possível, no meio de uma pandemia e recessão económica”, disse Sturgeon num depoimento intitulado “O ‘Brexit’ mudou o jogo da independência da Escócia" publicado neste sábado na página oficial do Partido Nacional Escocês (SNP) dois dias depois de o Reino Unido ter saído da união aduaneira e do mercado único. 

“O Reino Unido - escreveu Sturgeon - é uma união voluntária de países, na qual a Escócia tem os seus próprios sistemas legal e de educação, um governo e um parlamento encarregados dos assuntos domésticos, como a saúde e o ambiente, mas não, como o ‘Brexit’ mostrou, das relações internacionais”. 

Sturgeon diz que a independência da Escócia nunca foi sobre “separatismo”. “É, sim, sobre o direito das pessoas decidirem a forma de governo que melhor lhes serve”, referiu, mencionando as vantagens económicas de pertencer à UE e defendendo um novo referendo sobre a independência escocesa. No primeiro realizado, em 2014, quando o “Brexit” não estava em cima da mesa, 55% dos escoceses disseram “não” à separação do Reino Unido. 

A decisão de convocar o referendo cabe ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que o recusa. Sturgeon quer capitalizar o descontentamento nas eleições de Maio, para aumentar a pressão sobre Londres quanto à realização de outro referendo. 

De acordo com a última sondagem realizada em Dezembro para o jornal The Scotsman, são agora 58% os escoceses apoiam agora uma ruptura com o Reino Unido - um número sem precedentes.

“Como membro independente da União Europeia, a Escócia seria um parceiro e poderia construir pontes - não apenas para a construção de uma economia mais forte e uma sociedade mais justa, mas para facilitar as relações entre a UE e o Reino Unido”, argumentou Sturgeon.

Enquanto os britânicos no seu conjunto votaram 51,9% a favor do ‘Brexit’ em 2016, 62% dos escoceses manifestaram-se contra a saída da UE.

“Durante os nossos quase 50 anos de filiação, temos beneficiado enormemente das liberdades do mercado único, incluindo a liberdade de circulação. Mais de 230.000 pessoas de toda a Europa fizeram da Escócia a sua casa”, disse Sturgeon, explicando que “são amigos e família” e que querem “realmente que eles fiquem”.

“[Com a saída da EU], os nossos cidadãos estarão menos seguros e o seu direito de trabalhar, estudar e viver noutros locais da Europa será cerceado”, lamentou. “Não queríamos partir e esperamos juntar-nos a vocês logo que sejamos um parceiro igual”, concluiu Sturgeon.