Mamadou Ba e Sara Tavares assinam petição que pede nova versão do filme Soul, com vozes negras

Subscritores pedem substituição de Jorge Mourato, o actor que dá voz à personagem principal. “Não está em causa a qualidade dos actores da versão portuguesa, mas há aqui a expectativa de respeito pela intenção original” do filme, dizem.

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Diversas personalidades da cultura e da sociedade portuguesa assinaram este sábado uma petição para uma nova versão portuguesa do filme da Disney Soul, pedindo a entrada em cena de vozes negras que representem a “importância histórica” do momento.

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Diversas personalidades da cultura e da sociedade portuguesa assinaram este sábado uma petição para uma nova versão portuguesa do filme da Disney Soul, pedindo a entrada em cena de vozes negras que representem a “importância histórica” do momento.

O filme está a gerar polémica, pois tem um protagonista negro e a voz de actores negros na versão original, mas, na versão portuguesa, a dobragem foi feita por actores brancos, nomeadamente por Jorge Mourato, que dá voz à personagem principal.

“Em Portugal, a Disney tratou este filme como mais um, não tendo o mesmo critério e ignorando a intenção original na escolha de actores exclusivamente afrodescendentes para dar voz aos personagens. Não está em causa o habitual bom trabalho em dobragens feitas em Portugal, ou a qualidade dos actores da versão portuguesa, mas há aqui a expectativa de respeito pela intenção original e pelo que este representa historicamente: ser o primeiro filme de animação com um protagonista negro, interpretado por vozes negras”, diz a petição agora tornada pública.

O texto é assinado por sete personalidades: Ana Sofia Martins, Dino D'Santiago, Mamadou Ba, Mayra Andrade, Nástio Mosquito, Pedro Coquenão e Sara Tavares. Os signatários sustentam que o filme tem o “propósito assumido de querer retratar a cultura musical e a comunidade afro-americana”, sendo que “todo o processo foi muito rigoroso na escolha de argumentistas, equipa técnica e, claro, dos actores que dariam vida a este filme assumido como um manifesto contra a iniquidade na indústria do entretenimento”. E prosseguem: “Foram tidas em conta várias personalidades e académicos para assegurar que a diversa comunidade negra estivesse confortável com a representatividade da obra”.

Às 17h30 de Lisboa, a petição tinha já mais de 280 assinaturas.