Festival de Dança Cumplicidades estreia Mina, de Carlota Lagido, em Março

Espectáculo deveria ter tido estreado em Março de 2020, mas foi adiado um ano devido à pandemia da covid-19. Subirá ao palco do São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, nos dias 4 a 7 do mesmo mês.

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Carlota Lagido Nuno Ferreira Santos

O Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa - Cumplicidades vai estrear, em Março, a coreografia Mina, de Carlota Lagido, e apresentar I Could Write a Song, de Nuno Lucas, segundo a programação desta terceira edição do certame.

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O Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa - Cumplicidades vai estrear, em Março, a coreografia Mina, de Carlota Lagido, e apresentar I Could Write a Song, de Nuno Lucas, segundo a programação desta terceira edição do certame.

O espectáculo Mina, que deveria ter tido estreia absoluta em Março de 2020, foi adiado um ano devido à pandemia, e será apresentado de 4 a 7 de Março no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, segundo a organização.

A terceira edição do Festival Internacional de Dança Contemporânea - Cumplicidades chegou a começar no dia 3 de Março de 2020, e a apresentar alguns espectáculos, mas cancelou parte da programação, que subiu aos palcos de vários “espaços parceiros” da capital, em Setembro e Outubro do ano passado.

O festival, que tem curadoria de André Guedes, marcou também nova apresentação de I Could Write a Song, do coreógrafo e performer Nuno Lucas, na Biblioteca de Marvila, para os dias 5 e 6 de Março.

Mina é um espectáculo com concepção e direcção artística de Carlota Lagido, em co-criação com Aurora Pinho, Elizabete Francisca, Francisca Manuel, Joana Castro, Joana Levi, Lula Pena, Mafalda Oliveira, Marta Moreira, Shahd Wadi, Tita Maravilha, Thamiris Carvalho e Xana Novais.

“Um ano depois, Mina continua a ser feminista, continua a ser um manifesto sobre e com mulheres que viveram diferentes épocas, viveram conflitos de desigualdade e violência de género específicos de cada época, de cada lugar, de cada ontologia. Muitas dessas mulheres não estarão presentes, mas as suas auras fantasmáticas sim, através do seu pensamento, dos seus percursos de vida, profissionais e artísticos”, indica a sinopse da peça.

Carlota Lagido iniciou a sua formação em dança clássica com Margarida de Abreu, em 1977, trabalhou com criadores como Meg Stuart, Joana Providência, Rui Horta e Mark Haim, no início dos anos 1990, e, desde então, e durante 20 anos, dançou em algumas peças do coreógrafo Francisco Camacho, como Dom São Sebastião e Gust.

O seu trabalho como coreógrafa e performer tem características multidisciplinares e aborda temáticas relativas a questões de identidade e contextos autobiográficos, nomeadamente em Notforgetnotforgive, Lilith, Ro.ger, 50 Toneladas e Jungle Red. Paralelamente à sua actividade como bailarina e coreógrafa, é figurinista e tem trabalhado com diversos coreógrafos e encenadores contemporâneos, desde 1988.

Organizado pela Eira, estrutura artística com sede na capital, dedicada ao desenvolvimento e promoção nacional e internacional da dança contemporânea, o festival bienal Cumplicidades, lançado em 2015 como “ano zero”, teve a primeira edição em 2016, quando foi distinguido – entre 761 festivais de 31 países – com a certificação Europe for Festivals/Festivals For Europe (EFFE). Quando o festival foi lançado, o então director artístico, o bailarino e coreógrafo Francisco Camacho, sublinhou que o objectivo do certame, dirigido a todas as faixas etárias de público, era “trazer a dança de novo ao imaginário de Portugal”.

Fundada em 1993, a Eira tem vindo a produzir e promover, nacional e internacionalmente, os espectáculos de Francisco Camacho, tendo alargado, desde 1996, a sua actividade à produção para artistas associados à estrutura, de várias gerações e criação multidisciplinar.