Covid-19: todos os indicadores da pandemia parecem estar a descer, mas o das mortes é o mais lento

Média de mortes por semana tem vindo a cair, e o mesmo acontece com os novos casos e internamentos. Dezembro já é o mês com mais mortes desde o início da pandemia. Na semana que terminou neste domingo registaram-se 486 óbitos, uma média de 69,4 por dia.

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Hospital de Santa Maria, Lisboa LUSA/MARIO CRUZ

Nas últimas semanas, todos os indicadores da covid-19 que queremos que desçam — o das mortes diárias, dos novos casos e dos internamentos — estão a baixar, algo que não está a acontecer ao mesmo ritmo. Embora a média de novos casos esteja a dar sinais de abrandamento e o risco de transmissão do vírus (Rt), em termos nacionais, esteja abaixo de 1 há várias semanas, a pressão sobre os hospitais e as mortes de doentes continuam a acontecer.

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Nas últimas semanas, todos os indicadores da covid-19 que queremos que desçam — o das mortes diárias, dos novos casos e dos internamentos — estão a baixar, algo que não está a acontecer ao mesmo ritmo. Embora a média de novos casos esteja a dar sinais de abrandamento e o risco de transmissão do vírus (Rt), em termos nacionais, esteja abaixo de 1 há várias semanas, a pressão sobre os hospitais e as mortes de doentes continuam a acontecer.

Entre 21 e 27 de Dezembro, a semana que terminou neste domingo, registaram-se 486 mortes, uma média de 69,4 por dia, valores que sobem se for analisada a semana anterior, entre 14 e 20 de Dezembro, quando morreram 542 pessoas com covid-19 (média de 77,4).

Recuando mais uma semana no mês de Dezembro, este indicador volta a aumentar. Entre os dias 7 e 13, contaram-se 608 óbitos, uma média de 86,8 por dia. E na primeira semana deste mês, entre o dia 30 de Novembro e 6 de Dezembro, o total de mortes foi de 536, uma média de 76,5.

Aumentar

Foi também neste mês que foi registado o dia com mais mortes desde o início da pandemia: 98 óbitos, a 13 de Dezembro. Contabilizaram-se, no total, 2246 mortes desde o dia 1, um valor superior ao registado em Novembro, mês em que 1998 morreram com covid-19. Sem ainda ter terminado, Dezembro é o mês com mais mortes desde o início da pandemia.

O número casos diários apresenta uma trajectória semelhante, sendo que a média semanal de novas infecções tem vindo a abrandar desde o início do mês. De 21 a 27 de Dezembro registaram-se 20.446 casos, uma média de 2920 casos por dia. Na semana anterior, entre 14 e 20 de Dezembro, o número de casos total foi de 25.282, uma média de 3611 casos por dia. No período entre 7 e 13 de Dezembro, estes valores sobem para 25.867 casos semanais (total) e 3695 casos por dia. E entre 30 de Novembro e 1 de Dezembro foram contabilizados 27.010 novas infecções (média de 3858 casos diários).

O maior pico de infecções contabilizadas num dia foi atingido no fim de Novembro, no dia 19, quando se registaram 6994 casos, numa altura em que os internamentos também batiam recordes.

Também o número de casos internados (tanto em enfermaria como em cuidados intensivos) tem vindo a baixar. No entanto, esta descida não é consecutiva porque há ainda a registar dias com aumentos. Nesta última semana, a média de doentes que são internados por dia é negativa (-27,2), o que significa que há mais doentes a sair dos hospitais do que a entrar. O mesmo acontece com as semanas anteriores: entre 14 e 20 de Dezembro a média foi de -13,7 internamentos por dia e entre 7 e 13 de Dezembro de -16,1. É preciso recuar à primeira semana do mês para se registarem valores positivos, com cerca de 3,2 doentes internados em cada dia.

Foi também a 7 de Dezembro que se contabilizaram mais pessoas internadas em enfermaria (num total de 3367) e a 29 de Novembro nos cuidados intensivos (com 536 doentes).

Por outro lado, a taxa de letalidade da doença — o cálculo da percentagem de óbitos de todos os casos confirmados como positivos de uma doença, que fornece um visão da gravidade dessa doença no geral — tem vindo a aumentar ligeiramente desde o início do mês, altura em que se situava em 1,5. É, nesta última semana, de 1,7, algo que pode ser explicado pela diminuição de um dos indicadores da doença (os novos casos) e da estabilização ou aumento do outro (o das mortes).