Rio diz que será “mau para o país” se Ventura tiver votação “grande e expressiva”

Em entrevista à Antena 1, líder do PSD falou das autárquicas para dizer que o partido parte para estas eleições “com vontade de ganhar” em Lisboa e no Porto, e não apenas “para ter um resultado jeitoso”.

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Rui rio disse que disse ser "vital" para o PSD ter um bom resultado nas autárquicas do próximo ano LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta quarta-feira que “será mau para o país” se o líder do Chega e candidato a Belém, André Ventura, tiver uma votação “grande e expressiva” nas eleições presidenciais.

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O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta quarta-feira que “será mau para o país” se o líder do Chega e candidato a Belém, André Ventura, tiver uma votação “grande e expressiva” nas eleições presidenciais.

Em entrevista à Antena 1, Rui Rio escusou-se a responder se preferia ver Ana Gomes ou André Ventura em segundo lugar nas presidenciais de 24 de Janeiro.

“Obviamente que, para o país, acho que será mau se o líder do Chega, dr. André Ventura, tiver uma votação grande e expressiva. Não é bom para o país, porque o discurso que ele tem feito é um discurso que não gostaria que fosse fortemente premiado em eleições”, disse.

Sobre este sufrágio, Rio considerou que o PS “é o perdedor” antecipado, por não ter nem apoiar qualquer candidato e disse que não prevê participar na campanha do candidato apoiado pelo PSD, o actual chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa, mas referindo que fará “como ele quiser”.

O líder do PSD recusou que exista uma grande erosão no eleitorado social-democrata à conta do Chega e reiterou que será “muito difícil” que este partido integre um Governo liderado por si, mas sem excluir uma situação de apoio parlamentar, como aconteceu nos Açores.

Na mesma entrevista, o líder social-democrata disse ser “vital” para o PSD ter um bom resultado nas autárquicas do próximo ano e afirmou partir para as disputas em Lisboa e Porto “com vontade de ganhar”, e não apenas para obter “um resultado jeitoso”, escusando-se a falar em nomes de possíveis candidatos.

Rio salientou que, “pela primeira vez na história do PSD”, as eleições autárquicas serão geridas por um líder que já foi autarca e assegurou que será ele próprio a decidir o processo nas duas maiores cidades do país, considerando ser “muito cedo” para apresentar candidatos.

Se em Lisboa o líder do PSD considerou que o actual presidente, Fernando Medina, “não é imbatível”, já no Porto admitiu que seria “mais difícil” pensar num resultado vitorioso há um mês, antes de o Ministério Público ter acusado Rui Moreira da prática de um crime de prevaricação, no âmbito do caso Selminho, colocando-o numa “situação periclitante”.

À Antena 1, o presidente do PSD voltou a criticar o dinheiro público que já foi colocado pelo actual Governo no Novo Banco e na TAP, calculando que daria para construir “16 hospitais centrais ou mais de 2000 centros de saúde”, e classificou como “um desaforo” os aumentos de vencimentos dos administradores da transportadora aérea.

Questionado se o Governo deve encerrar a TAP, Rio disse que “depende”, mas reiterou que não exclui “mesmo nada essa hipótese”. “O país não precisa de uma empresa que tem permanentes prejuízos ao longo da sua história e sobretudo com despesas de pessoal brutais”, criticou.

Sobre as recentes intervenções públicas dos ex-líderes do PSD Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva, Rio considerou que foi “uma coincidência” terem acontecido com poucos dias de intervalo e pediu que não se leiam “segundas intenções”, até porque considera que “não vieram dizer nada de diferente daquilo que é a posição oficial do PSD”.

“Não acho bem que, dentro do partido, alguns que estão a pensar mais em si do que no dr. Pedro Passos Coelho, de cada vez que ele legitimamente dá uma opinião, digam que quer voltar ou vai voltar”, afirmou, considerando que o antigo primeiro-ministro “tem todo o direito de, a espaços”, dizer o que pensa sobre o país, admitindo que teria outra opinião se tal acontecesse de forma muito frequente.

Sobre a possibilidade de uma crise política que conduza a legislativas antecipadas no próximo ano, Rio considerou-a “baixíssima”, embora admitindo que em Outubro do próximo ano haverá uma “situação aguda” de tensão para o Governo, porque se junta o momento de negociação do Orçamento com as autárquicas.

Para o próximo ano, Rio manifestou o desejo de que Portugal possa ultrapassar a situação de pandemia e “relançar-se economicamente” e reiterou que o PSD continuará a votar favoravelmente a renovação dos estados de emergência, corresponsabilizando-se por essa decisão. No entanto, o líder do PSD criticou a gestão do Governo na segunda fase da pandemia, lamentando que continue a haver “resistência” a acordos com os privados, e apontando “falta de planeamento” para os doentes não covid-19.