Federação de râguebi ameaça parar campeonatos devido aos testes à covid-19
Carlos Amado da Silva pretende “verbas suplementares” do Instituto Português do Desporto e Juventude para realizar a testagem aos atletas.
O campeonato português de râguebi pode ser interrompido se o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) não vir reforçadas as verbas para apoiar os testes à covid-19, admitiu o presidente da Federação (FPR).
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O campeonato português de râguebi pode ser interrompido se o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) não vir reforçadas as verbas para apoiar os testes à covid-19, admitiu o presidente da Federação (FPR).
Em declarações à agência Lusa, Carlos Amado da Silva frisou que o organismo que tutela a modalidade pretende evitar esse cenário a todo o custo, mas não colocou de parte essa hipótese, “caso os clubes passem a ter de suportar as despesas” de testagem.
“Vamos fazer de tudo para continuar, mas se não houver apoios e os clubes tiverem de passar a suportar essa despesa, o campeonato pode parar. Tem de haver boa vontade e verbas suplementares para apoiar um custo também ele suplementar”, frisou Amado da Silva.
A FPR já gastou “mais de 50 mil euros” em testes à covid-19 desde o início do campeonato, uma verba que “não estava inscrita” no orçamento do IPDJ que hoje, segundo Amado da Silva, informou que não obteve verbas suplementares da parte do Governo que lhe permitissem apoiar esse tipo de custos.
No final de Agosto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) actualizou as normas para a retoma das competições de modalidades colectivas e incluiu o râguebi no grupo de modalidades de “alto risco” de contágio, motivo pelo qual o campeonato só pôde arrancar após a aprovação de um rigoroso protocolo que incluía a realização testes rápidos a todos os intervenientes antes de um jogo.
Em Setembro, a FPR adquiriu e distribuiu pelos clubes mais de 4.000 testes rápidos e tem vindo a suportar esse custo, na expectativa de que pudesse ser comparticipado pelo IPDJ.
“Agora, o Governo diz que não tem dinheiro para dar apoio às modalidades amadoras. Pagaram milhares de testes à Cruz Vermelha Portuguesa para ganharem dinheiro com eles e não têm para apoiar uma entidade com estatuto de utilidade pública”, criticou o dirigente.
Amado da Silva frisou ainda que “o IPDJ não tem culpa” e atira para cima do Governo a responsabilidade de, “mais uma vez”, deixar o desporto “fora dos apoios” que têm vindo a ser dados aos diferentes sectores de actividade.
A Divisão de Honra do campeonato nacional, principal escalão competitivo de râguebi português, arrancou no final de Setembro e tem a 3.ª jornada da fase final prevista para o primeiro fim-de-semana de Janeiro.
Além dos jogos à porta fechada e do protocolo sanitário aprovado para permitir a retoma da competição, o campeonato contemplou, ainda, uma fase regional para evitar longas deslocações das equipas num período de plena expansão da segunda vaga da pandemia de covid-19.