Turistas, emigrantes e um continental: a nova estirpe do coronavírus entrou pela Madeira

Todos os casos sinalizados foram detectados antes do dia 20 de Dezembro, e continuam na Madeira, em isolamento.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Os 18 casos de infecção com a nova estirpe do SARS-Cov-2, detectado esta semana na Madeira, continuam no arquipélago, onde estão a cumprir isolamento, apurou o PÚBLICO, junto da autoridade de saúde madeirense. O isolamento está a ser feito, em alguns casos, numa unidade hoteleira dedicada, e noutros, em alojamento próprio.

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Os 18 casos de infecção com a nova estirpe do SARS-Cov-2, detectado esta semana na Madeira, continuam no arquipélago, onde estão a cumprir isolamento, apurou o PÚBLICO, junto da autoridade de saúde madeirense. O isolamento está a ser feito, em alguns casos, numa unidade hoteleira dedicada, e noutros, em alojamento próprio.

Os casos, identificados esta semana através do Centro de Rastreio do Aeroporto Internacional da Madeira, que recolhe amostras de todos os passageiros que chegam à região autónoma para testagem, dizem respeito a emigrantes madeirenses no Reino Unido, turistas britânicos e uma pessoa da região de Lisboa e Vale do Tejo.

Todos foram sinalizados antes do dia 20 de Dezembro, data em que a Direcção Regional de Saúde da Madeira (DRS) enviou para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, uma amostra de alguns casos positivos detectados no rastreio no aeroporto, precisamente para avaliar se a nova estirpe do coronavírus estava no arquipélago.

“Esta identificação só foi possível graças ao trabalho desenvolvido pelo Centro de Rastreio do Aeroporto Internacional da Madeira o qual permite rastrear, identificar e encaminhar para isolamento casos positivos, quando detectados”, sublinhou ao PÚBLICO o gabinete da secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil, repetindo o que já tinha sido explicado na véspera, quando foi anunciada a presença da estirpe do Reino Unido na Madeira.

Além do cumprimento das orientações das autoridades de saúde, a estratégia regional, continuou a mesma fonte, coloca foco na vigilância dos passageiros que chegam à Madeira. Quem não tiver um teste negativo realizado há menos de 72 horas antes da viagem, num dos laboratórios reconhecidos pelas DRS, é obrigado a realizar um teste à chegada ao Funchal, mesmo no aeroporto. Tem depois de cumprir isolamento até ser conhecido o resultado do teste o que, em média, acontece em 12 horas.

Se for positivo, como nestes 18 casos, as pessoas mantêm-se em isolamento, ou numa unidade hoteleira contratada pelo governo madeirense especificamente para estes casos, ou, sem tiverem condições, em alojamento próprio. Só podem sair após teste negativo.

No último balanço conhecido, divulgado esta segunda-feira ao final do dia, a região autónoma contabilizava, desde o início da pandemia, 1560 casos de covid-19 (mais 49 do que na véspera), 517 dos quais continuam activos. Destes, 54 pessoas cumprem isolamento numa unidade hoteleira dedicada, 436 em alojamento próprio e 27 pessoas encontravam-se internadas: 23 na Unidade Polivalente do Hospital Dr. Nélio Mendonça e quatro na Unidade de Cuidados Intensivos dedicada à covid-19. Na Madeira, até à data, há um total de 12 óbitos associados a esta doença. 

Até ao momento, a nova estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido, apresentada como mais contagiosa e que está a inquietar o mundo, só foi detectada em Portugal na região da Madeira. Hoje, a conferência de imprensa da DGS vai contar com a presença do coordenador do estudo de variabilidade genética do SARS-CoV-2 e investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), João Paulo Gomes, precisamente por causa desta situação.