Três capacetes azuis mortos na véspera das eleições na República Centro-Africana
Ataques aumentaram de frequência desde que a candidatura do antigo líder François Bozizé foi recusada.
A força de manutenção de paz das Nações Unidas na República Centro Africana sofreu este sábado dois ataques levados a cabo por grupos desconhecidos, na véspera de eleições.
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A força de manutenção de paz das Nações Unidas na República Centro Africana sofreu este sábado dois ataques levados a cabo por grupos desconhecidos, na véspera de eleições.
Num deles, em Dekoa, a cerca de 200 quilómetros da capital, Bangui, morreram três militares do Burundi e outros dois ficaram feridos. No outro, em Bakouma, no Sudoeste do país, não houve vítimas, segundo a missão da ONU no país (Minusca), força em que estão também integrados militares portugueses.
A República Centro-Africana, rica em diamantes, madeira e ouro, teve cinco golpes de Estado e várias revoltas desde a independência da França em 1960. Após o afastamento do Presidente François Bozizé em 2013 (que chegara ao poder dez anos antes através de um golpe de Estado e venceu depois eleições vistas como fraudulentas) que a insegurança tem marcado a vida do país.
O actual Presidente, Faustin-Archange Touadéra, concorre a um segundo mandato em eleições que se realizam este domingo no país de cinco milhões. A oposição fez um pedido ao Tribunal Constitucional para adiar a votação, mas o tribunal recusou.
Bozizé tentou candidatar-se, mas a candidatura foi recusada por não cumprir um requisito de boa moralidade, dando que tem um mandado de prisão e sanções da ONU contra si, acuacusações de que terá ordenado crimes como assassínios e tortura.
As Nações Unidas dizem ainda que Bozizé está a colaborar com uma coligação de milícias para impedir a realização destas eleições.
Os ataques de grupos rebeldes que se opõem a Touadéra aumentaram depois da rejeição da candidatura de Bozizé, tendo a Unidade para a Paz Centro-africana chegado mesmo a ocupar brevemente Bambari, a quarta maior cidade do país, antes de serem obrigados a retirar.
Sublinhando a precariedade da situação, muitos soldados têm desertado, disse na sexta-feira o chefe do Exército, ordenando a estes militares que voltem de imediato às suas unidades.
Aliados internacionais de Touadéra, incluindo a Rússia, França e Ruanda, responderam à violência enviando soldados e equipamento.