Juiz adia execução de única mulher no corredor da morte nos Estados Unidos

Tribunal considerou que a execução foi remarcada ilegalmente e cancelou ordem que indicava 12 de Janeiro como data de aplicação da pena. Montgomery foi condenada por assassinar Bobbie Jo Stinnett, de 23 anos e grávida de oito meses, em Dezembro de 2004.

Foto
REUTERS/RICHARD CARSON

Um juiz federal adiou a execução da única mulher no corredor da morte nos Estados Unidos, podendo a nova data acontecer depois da tomada de posse do presidente eleito, Joe Biden, que se opõe à pena de morte.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um juiz federal adiou a execução da única mulher no corredor da morte nos Estados Unidos, podendo a nova data acontecer depois da tomada de posse do presidente eleito, Joe Biden, que se opõe à pena de morte.

Randolph Moss, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos, considerou que o Departamento de Justiça remarcou ilegalmente a execução de Lisa Montgomery e cancelou uma ordem que indicava 12 de Janeiro como data de aplicação da pena.

Montgomery foi condenada por assassinar Bobbie Jo Stinnett, de 23 anos e grávida de oito meses na cidade de Skidmore (no noroeste do Missouri), em Dezembro de 2004.

A execução já esteve marcada para este mês no Complexo Correcional Federal em Terre Haute, no estado do Indiana, mas Moss atrasou-a na sequência de um pedido dos advogados da mulher que contraíram o novo coronavírus ao visitar a cliente e que precisavam de mais tempo para um pedido de clemência.

De acordo com a nova ordem, a execução não pode ser marcada até dia 1 de Janeiro e, geralmente, um preso condenado à morte deve ser notificado pelo menos 20 dias antes da aplicação da pena capital, o que pode significar que a execução será agendada para depois da tomada de posse de Biden, a 20 de Janeiro.

Biden “opõe-se à pena de morte agora e no futuro” e como presidente trabalhará nesse sentido, disse o porta-voz do presidente eleito TJ Ducklo à agência noticiosa norte-americana Associated Press. Os representantes de Biden não indicaram se as execuções serão interrompidas imediatamente após a posse do novo presidente.

É a primeira vez em 124 anos que os EUA executam mais de dez pessoas em menos de um ano. E desde 1889 que um Presidente em exercício não autorizava uma execução no período entre a eleição e a tomada de posse do seu sucessor – com Trump, foram agendadas seis execuções entre 17 de Novembro e 17 de Janeiro.