Um roteiro para enfrentar as alterações climáticas em Portugal e no Mundo
O Banco Europeu de Investimento elaborou um plano para responder ao desafio das alterações climáticas, que traduz o empenho em cumprir o Acordo de Paris e o Pacto Ecológico Europeu. Não há tempo a perder.
Portugal tem sido gravemente atingido pelas alterações climáticas. Períodos de seca prolongada têm criado condições para incêndios florestais de grandes dimensões. Não existe uma solução fácil, mas existe um caminho: o Roteiro do Banco do Clima.
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Portugal tem sido gravemente atingido pelas alterações climáticas. Períodos de seca prolongada têm criado condições para incêndios florestais de grandes dimensões. Não existe uma solução fácil, mas existe um caminho: o Roteiro do Banco do Clima.
O Banco Europeu de Investimento (BEI) elaborou um plano para responder ao desafio das alterações climáticas, que traduz o empenho em cumprir o Acordo de Paris e o Pacto Ecológico Europeu. A Europa será o primeiro continente a atingir a neutralidade carbónica até 2050 e o Roteiro é um passo essencial nesse sentido. Temos de agir rapidamente e redirecionar os diferentes setores da economia.
Portugal foi pioneiro neste compromisso. Os efeitos das alterações climáticas são bem visíveis. Um estudo da Universidade de Lisboa alerta para ondas de calor, com temperaturas acima dos 35 °C, que poderão durar 50 dias por ano.
O Plano Nacional de Energia e Clima tem como objetivo reduzir em 30% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, aumentando a quota de energias renováveis na produção elétrica de 31% para 47% e estabelecendo como objetivo a penetração de 20% de veículos elétricos. O BEI acompanha Portugal nesta viagem.
Em 2019, o BEI financiou 444 milhões de euros de projetos amigos do ambiente em Portugal. Projetos que vão das energias renováveis à melhoria das estações de tratamento de esgotos e de águas residuais. Lisboa é um exemplo nas iniciativas de financiamento urbano, tendo o BEI financiado a renovação de escolas e do património histórico, a expansão das zonas verdes, a construção de habitação social e a modernização do sistema de drenagem. Estão previstos mais investimentos. Este é um caminho que vamos percorrer juntos.
A resposta às alterações climáticas à escala global exigirá investimentos de biliões de euros. É um caminho que envolve riscos e custos no imediato, mas a manutenção do status quo teria custos infinitamente maiores para a humanidade no longo prazo.
O Roteiro demonstra o empenho do BEI e da UE na resposta às alterações climáticas. Representa o nosso compromisso em cumprir o Acordo de Paris. Vamos intensificar o trabalho no domínio do clima e mobilizar um bilião de euros em investimentos ambientais durante a próxima década. Vamos aumentar a proporção do financiamento dedicado à sustentabilidade ambiental de 30% para mais de 50% até 2025.
O Roteiro exige alterações na forma como financiamos projetos, avaliamos o risco, apoiamos a inovação e a transição sustentável das comunidades que dependem dos combustíveis fósseis. Deixaremos de financiar projetos que envolvam combustíveis fósseis e dedicaremos mais financiamento a energias renováveis e tecnologias disruptivas. O BEI é um pilar do Mecanismo para uma Transição Justa e apresentará um plano em 2021.
O Roteiro reconhece a importância de proteger os oceanos, que produzem mais de metade do oxigénio da Terra, são uma das principais fontes de energia renovável e representam um enorme potencial de crescimento económico e criação de emprego, designadamente no setor do turismo.
Devido à sua localização, Portugal está consciente da importância de proteger as suas águas. O oceano moldou a sua história e a sua economia. A economia azul é uma das prioridades de Portugal e do BEI, continuaremos a apoiar o país neste esforço e aguardamos com entusiasmo a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Portugal. Recentemente, lançamos o Portugal BLUE, uma parceria com a Instituição Financeira de Desenvolvimento destinada a apoiar empresas no setor da economia azul.
Os próximos anos representam um enorme passo em frente. Estamos a trabalhar para proteger o futuro da humanidade. Apoiamos Portugal e sabemos que o país está com o resto do mundo no combate às alterações climáticas.
Não há tempo a perder. Este é o tempo de mostrarmos que estamos à altura deste desafio. O futuro começa agora!
O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico