Coliseu de Roma terá novamente uma arena em 2021

O anúncio foi feito esta terça-feira pelo ministro da Cultura italiano, que revelou que a arena será uma estrutura móvel, possibitando assim, em alguns momentos, contemplar as galerias subterrâneas do edifício, tal como hoje acontece. O início das obras está previsto para Fevereiro e prevê-se a sua conclusão ainda no decorrer de 2021.

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O Anfiteatro Flávio, como baptizado originalmente, foi inaugurado em 80 d.C. pelo Imperador Tito Diliff

O trabalho de o imaginar completo e em funcionamento, tal como originalmente, esteve desde o século XX entregue à imaginação. Entrando no Coliseu de Roma, uma das maravilhas da Antiguidade, os visitantes observavam as suas bancadas e, perante aquele espaço aberto para as galerias subterrâneas, visíveis pela ausência da arena, restava-lhe imaginar o cenário onde outrora combateram gladiadores, se fez a caça de animais exóticos ou recriações de batalhas célebres. No próximo ano, se tudo correr como previsto, isso mudará. O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, anunciou esta terça-feira que 2021 marcará o início das obras de reconstrução da arena. Continuaremos a ter de imaginar o que ali decorria, mas o cenário será aquele que, em 80 d.C., a população de Roma testemunhou quando da inauguração do edifício.

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O trabalho de o imaginar completo e em funcionamento, tal como originalmente, esteve desde o século XX entregue à imaginação. Entrando no Coliseu de Roma, uma das maravilhas da Antiguidade, os visitantes observavam as suas bancadas e, perante aquele espaço aberto para as galerias subterrâneas, visíveis pela ausência da arena, restava-lhe imaginar o cenário onde outrora combateram gladiadores, se fez a caça de animais exóticos ou recriações de batalhas célebres. No próximo ano, se tudo correr como previsto, isso mudará. O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, anunciou esta terça-feira que 2021 marcará o início das obras de reconstrução da arena. Continuaremos a ter de imaginar o que ali decorria, mas o cenário será aquele que, em 80 d.C., a população de Roma testemunhou quando da inauguração do edifício.

“Tratar-se-á de uma estrutura de alta tecnologia, mas reversível e não invasiva”, explicou o ministro, citado pela agência EFE. Franceschini, que tem na reconstrução uma ambição antiga — já manifestara esse desejo quando da anterior passagem pelo ministério da Cultura italiano, iniciada em 2014 —, elaborou aquilo que se prevê para a intervenção no monumento. “Oferecerá ao visitante a oportunidade de ver não só o subsolo, como acontece hoje, mas também de contemplar a beleza do Coliseu”. As declarações surgiram no contexto do anúncio da abertura do concurso para a concretização das obras, para as quais o Estado italiano disponibiliza 18,5 milhões de euros. A intervenção deverá ser iniciada em Fevereiro de 2021 e estar finalizada durante esse mesmo ano.

A arena será uma estrutura móvel que poderá ser utilizada e recolhida várias vezes durante o dia, o que servirá funções pedagógicas para os visitantes, permitindo contemplar o cenário que se oferecia desde as bancadas aos espectadores da Antiguidade, mas também as galerias subterrâneas onde se desenvolviam todos os aspectos logísticos dos espectáculos. Permitirá, ao mesmo tempo, proteger as galerias de condições climatéricas prejudiciais à sua conservação, como a chuva e a sol intenso.

A nova arena “permitirá restaurar a leitura integral do monumento e permitirá ao público compreender plenamente a utilização e função deste ícone do mundo antigo, também através de eventos culturais do mais alto nível”, declarou o ministro da Cultura italiano.

O impulso para o projecto surgiu há seis anos, quando o arqueólogo Daniele Manacorda revelou na revista Archeo, em Julho de 2014, o seu projecto para a reconstrução da arena, que registos fotográficos comprovam ter existido até ao século XIX. Dario Franceschini mostrou-se então bastante elogioso para com o projecto, que incluía a transformação dos subterrâneos num espaço museológico.

O Anfiteatro Flávio, era esse o seu nome original, começou a ser erigido em 72 d.C., por ordem do imperador Vespasiano, e foi concluído em 80 d.C. por Tito, o seu sucessor. A sua lotação estimada era de 80 mil espectadores e foi utilizado para espectáculos públicos até ao início da era medieval. É hoje uma das maiores atracções turísticas de Roma.