Presidente e primeiro-ministro a uma só voz pedem muito cuidado no Natal
Costa em quarentena foi por videoconferência a Belém dar o seu exemplo de “responsabilidade cívica” e Marcelo avisa que “o que se fizer no Natal vai determinar as próximas semanas”.
O primeiro-ministro surgiu projectado em tamanho real e de corpo inteiro no lugar que ocuparia na sala do Palácio de Belém onde se realizava a apresentação de Boas Festas do Governo ao Presidente da República. António Costa, que está em isolamento profiláctico durante 14 dias depois de ter almoçado com o Presidente francês Emmanuel Macron, é o exemplo vivo dos riscos que se correm à mesa, mesmo num contacto pontual.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O primeiro-ministro surgiu projectado em tamanho real e de corpo inteiro no lugar que ocuparia na sala do Palácio de Belém onde se realizava a apresentação de Boas Festas do Governo ao Presidente da República. António Costa, que está em isolamento profiláctico durante 14 dias depois de ter almoçado com o Presidente francês Emmanuel Macron, é o exemplo vivo dos riscos que se correm à mesa, mesmo num contacto pontual.
Por isso tinha ainda mais autoridade para pedir aos portugueses que “todos tenham o máximo cuidado neste Natal”. Pediu que se juntem poucas pessoas, que evitem espaços e prefiram espaços arejados, e usem máscara sempre que possível, mesmo à mesa. Marcelo Rebelo de Sousa concordou e acrescentou um ponto.
“É fundamental que os portugueses tenham presente que a sua vida e a dos outros não acaba no dia 26 de Dezembro. O que se fizer e não se fizer vai determinar as semanas seguintes”, sublinhou, insistindo no “contrato de confiança” que tem de existir entre todos, porque “o que cada um fizer vai determinar a vida dos demais”.
Marcelo relacionou mesmo o comportamento dos portugueses no Natal com a qualidade da democracia: “Multipliquem por milhões o que cada um fizer e percebem o significado”. Foi logo a seguir a ter enaltecido a “maturidade da democracia portuguesa”, mesmo num “período anómalo” devido aos sucessivos estados de emergência.
Prova disso, afirmou, foi a “cooperação institucional” não só entre os órgãos de soberania mas também envolvendo os partidos parlamentares, parceiros sociais e outras estruturas da sociedade civil que se encontraram regularmente nas “reuniões do Infarmed” para conhecer, da boca dos epidemiologistas, a evolução da pandemia em Portugal. “Nenhum outro país adoptou este tipo de reuniões que serviram para reforçar a coesão nacional”, sublinhou: “Os portugueses perceberam e reforçaram a sua determinação”.
António Costa já tinha sublinhado a “excelente cooperação institucional” entre parlamento, Governo e tribunais: “As instituições estiveram à altura das suas responsabilidades”, disse, garantindo que no Ano Novo, o Governo conhece as prioridades e os desafios que o esperam: “um processo de vacinação que será longo, demorado” e o arranque do programa de recuperação e resiliência ao mesmo tempo que se procuram manter as empresas e o emprego existentes.
Numa referência às presidenciais, Costa afirmou ainda que “o Governo não muda em função dos presidentes e das circunstâncias”, e que terá a mesma “cooperação leal e franca” com este Presidente como com quem venha a ser eleito em Janeiro. Uma deixa que Marcelo não deixou cair no seu discurso: “Os governos têm de conviver com qualquer Presidente” como “qualquer Presidente tem de conviver com qualquer parlamento e qualquer governo”. “Decorre de sermos uma democracia”, sublinhou.