Forças moçambicanas capturaram três homens da Junta Militar da Renamo

Um dos capturados é ajudante de campo do líder dissidente, Mariano Nhongo, que se recusa a aceitar o acordo de paz assinado entre o Governo e a Renamo. Anúncio foi feito pelo Presidente Filipe Nyusi.

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O líder da Junta Militar dissidente quer a demissão do líder da Renamo, Ossufo Momade, e a renegociação do acordo de paz assinado em Agosto do ano passado ANDRE CATUEIRA/LUSA

As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique capturaram três homens próximos do líder do grupo dissidente da Renamo, Mariano Nhongo, um dos quais seu ajudante de campo, anunciou esta terça-feira o Presidente moçambicano.

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As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique capturaram três homens próximos do líder do grupo dissidente da Renamo, Mariano Nhongo, um dos quais seu ajudante de campo, anunciou esta terça-feira o Presidente moçambicano.

“Depois de a Junta Militar da Renamo ter atacado no dia 11 de Dezembro, sem vítimas, a viatura do Instituto Nacional de Estatísticas, em Mossurize [Manica], as Forças de Defesa e Segurança capturaram, na zona de Mafambisse [Sofala], três homens da junta, sendo um ajudante de campo de Mariano Nhongo e outros dois seus cozinheiros”, disse Filipe Nyusi.

O Presidente moçambicano falava durante a cerimónia de atribuição de patentes a oficiais do Serviço Nacional de Migração na Presidência da República, em Maputo.

Segundo o chefe de Estado moçambicano, os três homens capturados confessaram que fazem parte do grupo dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), acusado de protagonizar ataques armados no centro de Moçambique.

“Os jovens [das Forças de Defesa e Segurança] continuam no terreno a vasculhar o inimigo”, frisou Filipe Nyusi, lembrando que as tentativas de negociar com a Junta Militar da Renamo fracassaram.

Segundo o chefe de Estado moçambicano, as acções deste grupo estão a ser instigadas por “gente bem servida”, que tem a “ambição individual” de enfraquecer a democracia no país. “Que a Junta Militar da Renamo não se deixe manipular nem seja usada por forças externas ou internas para destruir Moçambique”, frisou o chefe de Estado moçambicano.

A Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, antigo dirigente de guerrilha, é acusada de protagonizar ataques armados contra civis e forças governamentais em estradas e povoações das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde Agosto do ano passado.

O grupo de Nhongo exige melhores condições de reintegração, a renegociação do acordo de paz de 2019, entre o Governo e a Renamo, e a demissão do actual presidente do principal partido de oposição, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em Maio de 2018.

No domingo, o representante do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, disse que o líder do grupo dissidente da Renamo se manifestou disponível para negociar. “Apesar das dificuldades para uma reunião física, posso confirmar o contacto com ele e agradeço a sua disponibilidade para o diálogo e a sua proposta em enviar os seus representantes para iniciar o referido diálogo”, disse Manzoni, em comunicado.