Do confinamento inglês às recomendações suecas: como vai ser o Natal na Europa?
Com medidas mais ou menos apertadas para os dias da quadra natalícia, os países europeus tomaram precauções para as celebrações. Das maiores restrições do Reino Unido às recomendações mais restritivas da Suécia, a Europa tenta passar o Natal sem desencadear uma terceira vaga da pandemia.
Chegado o Natal, a segunda vaga da pandemia atinge a Europa a velocidades diferentes, com os governos a tentarem equilibrar na balança medidas de combate à pandemia com alguma permissividade para que a época natalícia possa ser celebrada em família. As estratégias mudam de país para país, e até o aparecimento da nova variante do vírus já obrigou a alterações de última hora nos planos.
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Chegado o Natal, a segunda vaga da pandemia atinge a Europa a velocidades diferentes, com os governos a tentarem equilibrar na balança medidas de combate à pandemia com alguma permissividade para que a época natalícia possa ser celebrada em família. As estratégias mudam de país para país, e até o aparecimento da nova variante do vírus já obrigou a alterações de última hora nos planos.
Reino Unido
Os planos para o Natal foram alterados devido ao aumento de casos provocado pela nova variante do vírus SARS-CoV-2, que também levou vários países europeus a fechar as fronteiras aéreas a viajantes que cheguem em voos provenientes do Reino Unido.
O primeiro-ministro Boris Johnson não excluía a possibilidade de permitir reuniões de até três agregados familiares entre 23 e 27 de Dezembro e manter o comércio aberto até mais tarde durante este período, mas a nova situação obrigou o Governo a inverter o sentido. Um terço da população inglesa vai estar sob o nível mais elevado de restrições, que obriga as pessoas a ficar em casa e não permite reuniões entre pessoas de agregados familiares diferentes.
França
O Governo de Emmanuel Macron assumiu uma abordagem semelhante à aplicada em Portugal, aliviando as restrições no Natal, mas sem dar qualquer milímetro no Ano Novo. Apesar de o executivo francês ter sido pressionado a acompanhar a tendência de outros países vizinhos e recuar no relaxamento natalício, as regras mantêm-se: o confinamento que estava em vigor desde o início de Novembro foi substituído a 15 de Dezembro por um recolher obrigatório entre as 20 e as 6h até 20 de Janeiro, com a medida a ser suspensa na véspera de Natal. Restauração e salas de espectáculo vão continuar encerradas.
Itália
Itália decretou na sexta-feira um confinamento quase total em todo o país durante as festividades. O país europeu com mais mortes por covid-19 tinha inicialmente anunciado restrições, como a proibição da missa do galo, mas depois de um fim-de-semana em que os italianos saíram em peso à rua para fazer compras de Natal o governo decidiu aplicar medidas mais severas nas datas mais importantes das festividades.
“As multidões são injustificáveis, irracionais, irresponsáveis”, queixou-se na altura o ministro para as questões regionais, Francesco Boccia, ao diário La Repubblica.
De 24 de Dezembro a 6 de Janeiro vai estar em vigor um recolher obrigatório entre as 22h e as 5h, com os cidadãos a poderem sair de casa apenas uma vez por dia. A partir deste domingo que há também limitações de circulação entre regiões. Restaurantes, bares e serviços não essenciais vão estar encerrados.
Espanha
Espanha iniciou no final de Outubro um novo estado de emergência que o Governo de Pedro Sanchéz espera ter em vigor até Maio. O país tem definido durante esses seis meses um recolher obrigatório entre as 23h e as 6h que vai ser aliviado durante o Natal e Ano Novo.
O limite de pessoas permitidas por ajuntamento vai ser aumentado (de seis para dez por casa) para as vésperas e dias das festividades. Além disso, de 23 de Dezembro a 6 de Janeiro as autoridades vão apenas permitir viagens entre regiões para visitar amigos e familiares, salvo medidas mais severas específicas aplicadas em cada região.
Suécia
O país escandinavo mais afectado pela pandemia anunciou algumas recomendações para o Natal, com o primeiro-ministro Stefan Lövfen a pedir que a população limite o contacto com pessoas que não pertençam ao mesmo agregado: caso o façam, que estabeleçam uma “bola social” de pessoas com quem contactam regularmente e nunca com mais de oito pessoas. Os contactos devem ser estabelecidos, sempre que possível, ao ar livre.
Paralelamente, as autoridades têm também recomendado o uso de máscaras nos transportes públicos durante as horas de ponta. O governo definiu também a proibição de bebidas alcoólicas a partir das 22h e a redução do número de pessoas que se podem juntar em restaurantes, de oito para quatro por mesa. Estas medidas devem ficar em vigor até final de Fevereiro.
Alemanha
Desde 16 de Dezembro que o Governo alemão tem imposta uma nova quarentena, pelo menos até 10 de Janeiro, com o encerramento de escolas, creches e comércio não essencial. O confinamento mais suave não resultou no país, e Angela Merkel chegou mesmo a dizer que as compras de Natal contribuíram para o aumento de casos no país, que registou em Dezembro números máximos de novos casos e mortes.
Durante os dias de Natal, o executivo permitiu uma ligeira abertura nas medidas. A Alemanha tem em vigor uma regra que impede reuniões de mais de cinco pessoas de dois agregados familiares (contam apenas maiores de 14 anos); de 24 a 26 de Dezembro, podem juntar-se mais quatro pessoas –que sejam familiares próximos – fora do próprio domicílio.
Países Baixos
O país entrou a 15 de Dezembro num confinamento nacional de pelo menos cinco semanas para tentar travar o aumento de casos no país. Lojas não essenciais voltam a encerrar e desta vez também vão fechar as escolas, algo que não sucedeu na primeira vaga. O encerramento do país ainda vai demorar algum tempo a reflectir-se nos números: na semana passada os Países Baixos registaram um máximo de 13 mil casos detectados em 24 horas.
Para o Natal há um ligeiro alívio das medidas, com ajuntamentos, agora limitados a apenas duas pessoas, a poderem contar com a presença de três visitantes adultos de 24 a 26 de Dezembro.