Informações contraditórias sobre voos vindos do Reino Unido geram confusão
Os emigrantes e cidadãos britânicos com residência em Portugal queixam-se do caos em torno das restrições impostas ao Reino Unido neste domingo e as informações dadas pelo Governo português não são claras.
A confusão está instalada. As restrições impostas por vários países ao Reino Unido estão a afectar os portugueses que querem viajar até Portugal nesta época festiva. Em causa está o agravamento da situação epidemiológica no Reino Unido, onde foi encontrada uma nova variante do coronavírus ― com um potencial de contágio que pode ser até 70% superior ― e que levou ao encerramento de fronteiras com o Reino Unido este domingo.
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A confusão está instalada. As restrições impostas por vários países ao Reino Unido estão a afectar os portugueses que querem viajar até Portugal nesta época festiva. Em causa está o agravamento da situação epidemiológica no Reino Unido, onde foi encontrada uma nova variante do coronavírus ― com um potencial de contágio que pode ser até 70% superior ― e que levou ao encerramento de fronteiras com o Reino Unido este domingo.
Ao longo desta segunda-feira, vários portugueses foram-se queixando do caos provocado pela decisão: além de reclamações sobre voos cancelados em grupos de Facebook, há também a incerteza quanto à obrigatoriedade de fazer ou não o teste à covid-19 antes de embarcar. As informações são contraditórias: apesar de o consulado português em Londres informar que o teste é obrigatório para poder viajar, o PÚBLICO sabe que há portugueses a viajar sem teste (tal como admitiu esta segunda-feira a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas).
A primeira indicação dada pelo Governo português foi a de que todos os cidadãos portugueses e de outras nacionalidades oriundos do Reino Unido poderiam entrar em Portugal desde que aqui tenham autorização legal de residência. Contudo, todos teriam que trazer um comprovativo de “teste laboratorial” com resultado negativo para o vírus SARS-CoV-2. Era também essa mensagem que a esta hora continua a ser veiculada através da página do Consulado de Portugal em Londres.
No entanto, essa não foi a informação transmitida quer pelos comunicados dos ministérios da Administração Interna e da Saúde, quer pela pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes. Esta segunda-feira, a governante afirmou que os emigrantes que não consigam fazer o teste nas 72 horas que antecedem o embarque poderão fazê-lo ao chegar a Portugal. “Preferencialmente, devem trazer o teste feito nas 72 horas antes”, declarou à TSF, admitindo que “pode ser complicado”, uma vez que a decisão foi comunicada ontem.
De acordo com Berta Nunes, os portugueses e britânicos com residência legal em Portugal que não consigam realizar o teste antes de embarcar podem fazê-lo à chegada, quando aterrarem, garantindo que “todos os aeroportos em Portugal estão preparados para realizar estes testes” através de profissionais de saúde habilitados para o efeito. Não obstante, a secretária de Estado admite que “pode haver alguma confusão das autoridades aeroportuárias que possam criar problemas nestas viagens”, até por questões contra-ordenacionais.
As restrições deverão prolongar-se pelo menos até ao final do ano, mas a informação “será actualizada de acordo com a evolução da situação”, adianta o Governo. O encerramento das fronteiras entre Portugal e o Reino Unido terá um impacto económico especialmente elevado na região da Madeira, onde esta segunda-feira já 40% das reservas de hotéis para o Ano Novo tinham sido canceladas.
A partir desta terça-feira, Espanha junta-se também à lista de países (que continua a crescer) com restrições para o Reino Unido. A decisão foi tomada de forma concertada com Portugal, informou o Governo espanhol.