“Brexit”: Governo britânico não quer extensão do período de transição
A ideia de prolongar o período em que as regras do mercado único se mantêm em vigor ganhou força depois de ser detectada a nova variante do SARS-CoV-2.
O Governo britânico insiste que o período de transição nas negociações com a União Europeia termina a 1 de Janeiro de 2021, rejeitando a hipótese de uma extensão do prazo.
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O Governo britânico insiste que o período de transição nas negociações com a União Europeia termina a 1 de Janeiro de 2021, rejeitando a hipótese de uma extensão do prazo.
A possibilidade de se poder prolongar o período durante o qual as relações comerciais entre o Reino Unido e a UE continuam a ser reguladas pelas regras do mercado único foi levantada pela primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, e pelo presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan. Ambos concordaram na necessidade de estender o prazo para além de 1 de Janeiro para que as autoridades britânicas tenham mais disponibilidade para gerir os efeitos da pandemia da covid-19.
Esta ideia ganhou força sobretudo depois da detecção de uma nova variante do vírus a circular em território britânico, que os especialistas dizem ser 70% mais contagiosa. Essa descoberta levou vários países europeus a fecharem as fronteiras a pessoas provenientes do Reino Unido ou a exigir testes negativos.
Esta segunda-feira, um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson assegurou que nada mudou na posição de Londres face ao período de transição. “Irá terminar a 31 de Dezembro, essa continua a ser a nossa posição”, afirmou o responsável. “Precisamos de ratificar qualquer acordo antes de 1 de Janeiro, o que significa que há pouco tempo e é por isso que os nossos negociadores continuam a trabalhar duro”, acrescentou o porta-voz.
Ao fim do dia, Johnson disse que o Reino Unido tem capacidade para “prosperar” mesmo que não haja um acordo comercial com a UE, assumindo que “ainda há problemas” entre as duas partes. “As regras da Organização Mundial de Comércio serão mais do que satisfatórias para o Reino Unido. E nós podemos certamente enfrentar [o que virá]”.
Londres e Bruxelas continuam num impasse negocial em torno da política de pescas, regras de concorrência e nos mecanismos de resolução de disputas. Qualquer acordo alcançado entre as duas partes terá ainda de passar pelo crivo do Parlamento Europeu e do Parlamento britânico. Ambas as equipas de negociação admitem que o tempo é muito escasso.
A ausência de um acordo até ao final do ano irá significar que as relações comerciais entre o Reino Unido e os 27 Estados-membro da UE passam a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial de Comércio, o que irá implicar a aplicação automática de impostos aduaneiros e controlos alfandegários.