“Sinto-me muito mais segura e feliz”. Mulher de 108 anos é das primeiras galesas a serem vacinadas contra a covid-19
Mary Keir sobreviveu à gripe espanhola de 1918 e recebeu esta quinta-feira a primeira dose da vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19.
Mary Keir era uma criança quando o surto de gripe espanhola assolou a Europa em 1918. Agora com 108 anos, a galesa atravessa a segunda pandemia da sua vida e foi na quinta-feira uma das primeiras utentes de lares de idosos do País de Gales a receber a vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Mary Keir era uma criança quando o surto de gripe espanhola assolou a Europa em 1918. Agora com 108 anos, a galesa atravessa a segunda pandemia da sua vida e foi na quinta-feira uma das primeiras utentes de lares de idosos do País de Gales a receber a vacina da Pfizer-BioNTech contra a covid-19.
“Sinto-me muito mais segura e feliz”, disse Mary Keir em declarações à BBC. O lar Awel Twyi, na localidade de Llandeilo, em Carmarthenshire, é o segundo a integrar um programa-piloto das autoridades de saúde da região que tem como objectivo perceber de que forma executar o plano de vacinação em lares.
A segunda mulher mais velha do País de Gales é uma enfermeira reformada, tendo inclusive trabalho durante a Segunda Guerra Mundial. Mary Keir mostrou-se sempre muito disponível para ser vacinada e falou à imprensa no final.
“Fiquei muito contente porque todos nos sentimos mais seguros e melhores por termos esta oportunidade”, disse ao jornal galês WalesOnline. “É para o nosso bem, por isso penso que devemos estar entusiasmados. As pessoas trabalharam tanto para preparar a vacina, estamos todos muito gratos por estar aqui pronta a ser usada.”
“Não doeu nada e estou habituada a injecções de qualquer forma, tanto a recebê-las como a dá-las”, disse ainda. A vida nos lares tornou-se mais difícil durante a pandemia, mas Mary Keir não deixou que isso a deitasse abaixo. Toca piano nos tempos livres para se manter distraída.
"Temos de nos adaptar. Temos de aprender a aceitar o que não podemos mudar, tem sido sempre o meu lema”, explicou, acrescentando que não sofreu de solidão, apesar de sentir falta de visitas.
“Não tem sido solitário, há sempre muita gente por aqui. Por vezes senti-me sozinha por estar habituada a ter visitas. Claro que tenho saudades disso, mas vai voltar. Pode demorar um pouco – não devemos esperar muita coisa para já – mas vai voltar.”
Ao longo dos dez meses “muito longos” de pandemia, foi importante a “compreensão e o apoio” dos familiares de todos os utentes do lar, bem como o trabalho e os sacrifícios de quem lá trabalha, profissionais a quem Mary Keir diz estar “muito agradecida”.