Ciclone Yasa atingiu as Fiji e causou a morte de pelo menos duas pessoas

Bebé de três meses entre as vítimas mortais. Ciclone tropical trouxe chuva torrencial e ventos fortes, destruindo casas e campos de cultivo. Estradas ficaram bloqueadas pelas cheias e quedas de árvore e há várias áreas sem acesso a energia eléctrica.

O ciclone Yasa atingiu as ilhas Fiji na noite de quinta-feira e causou a morte de pelo menos duas pessoas, incluindo um bebé de apenas três meses, deixando um rasto de destruição após a sua passagem.

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O ciclone Yasa atingiu as ilhas Fiji na noite de quinta-feira e causou a morte de pelo menos duas pessoas, incluindo um bebé de apenas três meses, deixando um rasto de destruição após a sua passagem.

O ciclone de categoria 5 – a mais elevada – na escala de Saffir-Simpson atingiu a província de Bua no Norte da ilha de Vanua Levu com chuvas torrenciais e ventos superiores a 285 quilómetros por hora. 

Um número indeterminado de casas foi destruído e várias áreas da região estão sem acesso a energia eléctrica e comunicações. Várias estradas estão bloqueadas devido à queda de árvores e a inundações. De acordo com a Reuters, todas as estradas no distrito de Rakiri, onde vivem 30 mil pessoas, estão completamente inundadas.

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Reuters/MIRIAMA NAKAUVADRA

O primeiro-ministro das ilhas Fiji, Frank Bainimarama, confirmou as duas mortes causadas pela passagem do ciclone Yasa – um bebé de três meses e um homem de 45 anos, cuja casa colapsou , sendo expectável que o número de óbitos possa vir a aumentar à medida que as equipas de resgate consigam chegar ao terreno.

Bainimarama disse ainda que o ciclone deverá ter causado prejuízos de milhões de dólares e alertou que o perigo ainda não passou, apesar de o Yasa já ter diminuído para a categoria 2.

“Fiquem abrigados e longe das cheias”, alertou o primeiro-ministro. “Se tiverem sido afectados, a ajuda está a caminho, tenho a certeza”, garantiu.

95% da população afectada

Na quinta-feira, as Fiji decretaram um estado de emergência a nível nacional, tendo sido imposto um recolher obrigatório. O Governo estima que 850 mil pessoas – 95% da população das Fiji – tenham sido directamente afectadas pela passagem do Yasa.

Na sua declaração ao país, Bainimarama disse ainda que as equipas de resgate estão a tentar chegar às comunidades afectadas, um trabalho que está a ser dificultado pelas chuvas fortes que persistem, e pelas ondas com mais de três metros que estão a impedir a chegada de navios com ajuda humanitária.

A directora-geral da Cruz Vermelha nas ilhas Fiji, Ilisapeci Rokotunidau, disse que a organização continua “preocupada com a segurança de milhares de pessoas que sofreram o impacto desta tempestade monstruosa” e reiterou que os relatos iniciais apontam uma enorme destruição, principalmente na província de Bua.

“As nossas equipas relataram que casas, prédios comunitários e campos de cultivo foram destruídos. Há cortes generalizados de energia nas áreas afectadas”, disse Rokotunidau, citada pelo The Guardian.

De acordo com o gabinete de gestão de catástrofes naturais, mais de 23 mil pessoas procuraram refúgio nos 457 centros criados pelas autoridades. Milhares abrigaram-se também em caves e em igrejas.

O ciclone Yasa está a perder força e encaminha-se para o reino de Tonga, que já emitiu um alerta.

Outro ciclone tropical, o Zazu, passou ao norte do reino de Tonga sem causar grandes estragos durante esta semana e atingiu Samoa, causando inundações na capital Apia.

Nos últimos oito anos, as ilhas Fiji foram atingidas por oito ciclones, incluindo o ciclone Winston, em 2016, que causou a morte de pelo menos 44 pessoas. Este ano, em Abril, o ciclone tropical Harold atingiu as Fiji, o reino de Tonga, as ilhas Salomão e Vanuatu. 

No Twitter, o primeiro-ministro das Fiji, que tem alertado para o impacto das alterações climáticas, disse que a situação “não é normal”. “Isto é uma emergência climática”, reiterou Bainimarama.