Senha de Trump no Twitter era “maga2020”

Ministério Público holandês não vai apresentar queixa contra o hacker que conseguiu aceder à conta do Presidente norte-americano por considerar que teve ética e se dedica à “divulgação responsável”. Victor Gevers já tinha conseguido aceder à conta de Trump em Outubro de 2016, na altura com a palavra-passe “youarefired”.

Foto
Donald Trump estava a usar como senha do Twitter a abreviatura do seu slogan "Make America Great Again". Reuters/CARLOS BARRIA

O Ministério Público da Holanda confirmou que um hacker holandês acedeu à conta de Twitter do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, descobrindo que a sua senha era “maga2020”, informando que não vai apresentar queixa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Ministério Público da Holanda confirmou que um hacker holandês acedeu à conta de Twitter do Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, descobrindo que a sua senha era “maga2020”, informando que não vai apresentar queixa.

Os procuradores holandeses dizem que não vão apresentar queixa contra o pirata informático que conseguiu aceder à conta pessoa da rede social Twitter de Donald Trump, alegando que ele teve um comportamento ético correcto, alertando as autoridades norte-americanas sobre a situação.

O hacker Victor Gevers tornou público, no final de Outubro, que tinha conseguido, pela segunda vez, aceder à conta de Trump no Twitter após apenas sete tentativas com diferentes versões de senha, até encontrar a correcta, que era “maga2020” (abreviatura em minúsculas de seu slogan de campanha, “Make America Great Again” – “Tornar a América grande outra vez").

Além disso, Trump desactivou o sistema de verificação dupla, pelo que, ao tentar aceder à conta, Gevers não precisou de enviar uma mensagem para a conta de telemóvel ou de correio electrónico do Presidente para obter autorização de entrada, o que os procuradores holandeses confirmaram após uma investigação da unidade cibernética da polícia nacional.

Embora a empresa que gere a rede social Twitter e a Casa Branca sempre tenham negado que este episódio tenha acontecido, o Ministério Público holandês confirmou quarta-feira que Gevers teve mesmo acesso à conta de Trump, mas não se aproveitou da situação para a usar em nome de Trump, ler as suas mensagens privadas, mudar a senha ou a foto perfil, opções possíveis ao aceder a estes dados pessoais.

As tentativas de alertar o Presidente, a sua equipa da Casa Branca, a equipa de campanha e até membros de sua família sobre a segurança da conta de Twitter falharam, mas, dias depois, os serviços secretos dos EUA contactaram Gevers, para lhe agradecer pelo aviso.

Depois deste episódio, Trump mudou a sua senha e activou a verificação dupla.

Embora a pirataria informática seja punível na Holanda, o Ministério Público concluiu que Gevers cumpriu os critérios para não ser acusado, revelando ser um hacker com ética, dedicado à “divulgação responsável” e que contactou com as autoridades sob a sua responsabilidade, alertando-as sobre a situação e dando conselhos sobre como resolver a vulnerabilidade da conta de Trump.

Não é a primeira vez que Gevers, de 44 anos, consegue aceder à conta do Presidente dos Estados Unidos: em Outubro de 2016, ele e vários amigos encontraram a senha de Trump num banco de dados divulgado por piratas informáticos.

Nessa altura, Trump tinha “youarefired” (está despedido, “you are fired” em inglês) como senha, numa referência a uma frase que ele usava num seu antigo programa televisivo em formato reality show.

Entre outras descobertas nas informações reunidas por piratas informáticos, Gevers encontrou uma base de dados chinesa com informações pessoais (telefone, datas de nascimento, empregador, número de identidade ou nacionalidade) e localizações (com coordenadas GPS dos locais visitados) de 2,7 milhões de habitantes de Xinjang, a maior província da China e local de presença de muitos uigures, revelando que o Governo de Pequim está a controlar de perto essa minoria muçulmana no país.