Poetisa Ana Luísa Amaral “honrada” pelo Prémio Literário Vergílio Ferreira

Autora de What’s in a Name foi considerada como “uma das mais relevantes poetisas da actualidade” pelo júri do prémio atribuído pela Universidade de Évora.

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Ana Luísa Amaral Adriano Miranda

A poetisa Ana Luísa Amaral mostrou-se esta quinta-feira “muitíssimo feliz e honrada” por ter conquistado o “muito prestigiado” Prémio Vergílio Ferreira 2021, atribuído pela Universidade de Évora (UE). “Estou muitíssimo contente, porque Vergílio Ferreira [1916-1996] era um grande escritor e pelo qual tenho uma enorme admiração”, disse à agência Lusa. A poetisa assumiu ser “sempre bom” ver o trabalho reconhecido, e confessou que escreve porque precisa. 

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A poetisa Ana Luísa Amaral mostrou-se esta quinta-feira “muitíssimo feliz e honrada” por ter conquistado o “muito prestigiado” Prémio Vergílio Ferreira 2021, atribuído pela Universidade de Évora (UE). “Estou muitíssimo contente, porque Vergílio Ferreira [1916-1996] era um grande escritor e pelo qual tenho uma enorme admiração”, disse à agência Lusa. A poetisa assumiu ser “sempre bom” ver o trabalho reconhecido, e confessou que escreve porque precisa. 

A vencedora foi escolhida esta quinta-feira, por unanimidade, pelo júri do prémio, presidido pelo escritor e professor espanhol Antonio Sáez Delgado e que, este ano, integrou os professores Pedro Serra, Ana Paula Arnaut e Cláudia Teixeira, assim como a jornalista e crítica Anabela Mota Ribeiro.

Ana Luísa Amaral, “uma das mais relevantes poetisas da actualidade”, aborda, na sua obra, traduzida para diversas línguas, “a memória e vindicação do feminismo português”, considerou o júri, citado pela UE, em comunicado.

“Não são os prémios que me fazem escrever, escrevo porque preciso e porque não sei viver sem escrever”, vincou a escritora. Contudo, assumiu ter sido “apanhada de surpresa” pela distinção porque, sublinhou, este prémio tem sido, sobretudo, mais dirigido à ficção.

Poetisa, professora, investigadora e ensaísta, Ana Luísa Amaral está representada em inúmeras antologias portuguesas e é autora de vários livros de poesia, entre os quais A Génese do Amor, com o qual obteve, em 2007, o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d'Escritas. A escritora foi ainda distinguida com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e galardoada, em Itália, com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi, lembrou a academia alentejana.

“Estudiosa da obra de Emily Dickinson, conta ainda com uma importante obra realizada no campo académico”, da qual se destaca o ensaio Dicionário da Crítica Feminista, em co-autoria com Ana Gabriela Macedo, “referência internacional que colocou Portugal no mapa dos Estudos Feministas”, realçou a UE.

Num artigo publicado no jornal espanhol El País, no passado dia 3 de Outubro, o presidente do júri do Prémio Vergílio Ferreira considerou Ana Luísa Amaral como “uma das mais importantes vozes das letras portuguesas das últimas três décadas”. A escritora construiu “uma obra que se desdobra, em paralelo, na poesia (sede central do seu universo literário) e através do teatro, do ensaio, da narrativa para adultos ou infantil e da tradução”, referiu Antonio Sáez Delgado, professor da Universidade alentejana, no artigo centrado no mais recente livro da escritora portuguesa, What's in a Name, em que, disse, a autora “retoma algumas das suas preocupações fundamentais”.

A cerimónia de entrega do Prémio Vergílio Ferreira 2021, tal como nas edições anteriores, está marcada para 1 de Março, data em que se assinala o aniversário da morte do autor de Manhã Submersa e de Aparição, patrono da distinção.