Sensibilidade e bom senso
Um ano de uma doença nova é ainda um tempo manifestamente insuficiente para ter certezas absolutas sobre muitos dos aspectos dessa doença. Admiti-lo não é negacionismo: é uma evidência e é também prudência.
Ser médico é, num sentido lato, ser um cientista. Mas a Medicina não é uma ciência exacta: é uma ciência aplicada e a sua aplicação é uma arte. Esta realidade incontornável é frequentemente omitida, porque uma das principais preocupações da Medicina é transmitir segurança – e a admissão da existência de uma certa probabilidade de errar não é das melhores armas para persuadir alguém seja do que for. Assim, quando se trata de um assunto médico, as constantes referências à exactidão da Ciência devem ser encaradas com cautela. Frequentemente, a certeza científica mais honesta que se pode ter sobre um determinado assunto é admitir que não há certeza científica.
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Ser médico é, num sentido lato, ser um cientista. Mas a Medicina não é uma ciência exacta: é uma ciência aplicada e a sua aplicação é uma arte. Esta realidade incontornável é frequentemente omitida, porque uma das principais preocupações da Medicina é transmitir segurança – e a admissão da existência de uma certa probabilidade de errar não é das melhores armas para persuadir alguém seja do que for. Assim, quando se trata de um assunto médico, as constantes referências à exactidão da Ciência devem ser encaradas com cautela. Frequentemente, a certeza científica mais honesta que se pode ter sobre um determinado assunto é admitir que não há certeza científica.