O nosso farsante do bem em Lisboa

O que pouca gente sabe é que o “alfaiate do Panamá” de Le Carré, que foi inspirado no “nosso homem em Havana” de Greene, não eram na verdade um alfaiate no Panamá nem um vendedor de aspiradores em Havana, mas um homem em Lisboa.

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O derradeiro livro de John Le Carré, Agente em campo (ed. Dom Quixote), é um último romance fulgurante de um homem zangado. Zangado com o seu país por causa do “Brexit”, como seria de esperar num escritor que uma vez pôs na boca da sua personagem mais importante as palavras (ontem relembradas num artigo da The Atlantic por Tom McTague): “Sou europeu”, diz Smiley. “Se alguma vez tive uma missão — se alguma vez estive consciente de uma missão para além dos nossos negócios contra o inimigo, foi para com a Europa. Se fui inclemente, fui inclemente por causa da Europa. Se tive um ideal inalcançável, foi o ideal de conduzir a Europa para fora da sua escuridão, rumo a uma nova era da razão. Ainda o mantenho.”

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O derradeiro livro de John Le Carré, Agente em campo (ed. Dom Quixote), é um último romance fulgurante de um homem zangado. Zangado com o seu país por causa do “Brexit”, como seria de esperar num escritor que uma vez pôs na boca da sua personagem mais importante as palavras (ontem relembradas num artigo da The Atlantic por Tom McTague): “Sou europeu”, diz Smiley. “Se alguma vez tive uma missão — se alguma vez estive consciente de uma missão para além dos nossos negócios contra o inimigo, foi para com a Europa. Se fui inclemente, fui inclemente por causa da Europa. Se tive um ideal inalcançável, foi o ideal de conduzir a Europa para fora da sua escuridão, rumo a uma nova era da razão. Ainda o mantenho.”