Nova secretária da Energia dos EUA defende aposta nos veículos eléctricos
Antiga governadora do Michigan no auge da crise da indústria automóvel no estado, Jennifer Granholm, representa um corte com as nomeações da Administração Trump. Pete Buttigieg vai chefiar a pasta dos Transportes.
Jennifer Granholm, uma antiga governadora do estado do Michigan, conhecida por incentivar a indústria automóvel a apostar no desenvolvimento de veículos eléctricos, foi escolhida para o cargo de secretária da Energia dos Estados Unidos. A nomeação foi bem recebida nos sectores mais progressistas do Partido Democrata, que elogiam a aposta de Granholm no desenvolvimento de energias alternativas como ponto central no futuro da economia do país.
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Jennifer Granholm, uma antiga governadora do estado do Michigan, conhecida por incentivar a indústria automóvel a apostar no desenvolvimento de veículos eléctricos, foi escolhida para o cargo de secretária da Energia dos Estados Unidos. A nomeação foi bem recebida nos sectores mais progressistas do Partido Democrata, que elogiam a aposta de Granholm no desenvolvimento de energias alternativas como ponto central no futuro da economia do país.
Como secretária da Energia, Jennifer Granholm vai dirigir um departamento cujo orçamento é dominado pela gestão e manutenção do arsenal nuclear dos EUA.
Dos 35,4 mil milhões de dólares (29,1 mil milhões de euros) no orçamento para 2021, a Energia dedica 27 mil milhões de dólares (22,2 mil milhões de euros) às tarefas relacionadas com a manutenção do armamento nuclear dos EUA e com a limpeza de áreas contaminadas.
Ao nomear Granholm, de 61 anos, para a pasta da Energia, o Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, dá mais um sinal de que a aposta no desenvolvimento de energias alternativas vai ser uma das principais linhas orientadoras da sua Administração.
O objectivo declarado é reforçar a aposta nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de fontes de energia alternativas, para dar aos EUA a liderança num mercado global em crescimento.
Com essa aposta, os EUA não pretendem apenas inverter o caminho seguido pela Administração Trump e voltar a juntar-se aos esforços no combate às alterações climáticas – por trás disso, há toda uma economia cada vez mais competitiva e lucrativa, com tecnologias em que a China e a União Europeia continuaram a apostar nos últimos anos.
“A chave aqui é descobrir como desenvolver e disponibilizar essas tecnologias, para que os Estados Unidos continuem a liderar essa corrida mundial ao mesmo tempo que criam novas oportunidades económicas e combatem as alterações climáticas”, disse Sarah Ladislaw, directora do Programa de Segurança Energética e Alterações Climáticas no Centro para os Estudos Estratégicos e Internacionais.
“O Departamento de Energia tem de fazer não apenas aquilo em que é bom – pesquisa e desenvolvimento –, mas também tem de ser melhor a pôr tecnologias no mercado o mais rapidamente possível”, disse a especialista, em declarações ao Washington Post.
A nomeação de Jennifer Granholm está em linha com as declarações de Joe Biden sobre o futuro da exploração do petróleo e da extracção de combustíveis fósseis através da fracturação hidráulica (fracking).
Durante a campanha eleitoral, Biden foi pressionado, à esquerda e à direita, para se comprometer com uma visão para o futuro de técnicas como o fracking. Enquanto a esquerda o pressionou a proibi-las, a direita acusou-o de pôr em perigo milhões de postos de trabalho.
A proposta que está no programa de Biden não agradou nem à esquerda, nem à direita: o Presidente eleito dos EUA prometeu pôr fim a novas autorizações de exploração de petróleo e ao fracking apenas em terras de propriedade pública federal (o que exclui a propriedade privada e as terras públicas geridas por cada estado, onde acontece a esmagadora maioria da exploração).
Buttigieg nos Transportes
Na terça-feira, o Presidente eleito dos EUA anunciou a nomeação de Pete Buttigieg como secretário dos Transportes, uma pasta que vai estar no centro do ambicioso plano de obras públicas da Administração Biden.
Buttigieg foi um dos adversários de Biden nas eleições primárias do Partido Democrata, e também ele foi acusado de ser demasiadamente conservador pela ala progressista do partido. Aos 38 anos, é o primeiro gay assumido a chefiar um dos grandes ministérios do governo norte-americano, e o primeiro casado com uma pessoa do mesmo sexo.
Apesar de rapidamente se ter percebido que não tinha hipóteses de vir a ser nomeado como candidato do Partido Democrata à Casa Branca, Pete Buttigieg foi um dos principais destaques na campanha e chegou a vencer o caucus no Iowa e a terminar em 2.º lugar nas primárias do New Hampshire.
A sua presença entre os principais nomes da futura Administração Biden era dada como certa, e chegou a ser apontado para liderar a pasta dos Veteranos de Guerra. Como militar na reserva, Buttigieg esteve destacado no Afeganistão durante sete meses, em 2014, quando era presidente da câmara de South Bend, no estado do Indiana.