Ciclone Yasa ameaça ilhas Fiji com ventos de 270 km/hora e chuva intensa
Primeiro-ministro das Fiji apela à população para se preparar para a passagem do ciclone tropical de categoria 5, que poderá causar cheias, deslizamentos de terras e destruição de edifícios.
O Governo das Fiji decretou o encerramento das escolas esta quarta-feira e apelou a que a população se prepare para a chegada do ciclone tropical Yasa, que deverá atingir as ilhas nos próximos dois dias e causar um rasto de destruição durante a sua passagem.
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O Governo das Fiji decretou o encerramento das escolas esta quarta-feira e apelou a que a população se prepare para a chegada do ciclone tropical Yasa, que deverá atingir as ilhas nos próximos dois dias e causar um rasto de destruição durante a sua passagem.
A intensidade do ciclone aumentou nas últimas horas, passando a classificado como de categoria 5 – a mais elevada – na escala de Saffir-Simpson, apesar de se esperar que venha a perder alguma força à medida que se aproxima das ilhas Fiji.
As Fiji deverão ser atingidas pelo ciclone na quinta-feira ou nas primeiras horas de sexta-feira, com ventos que podem chegar aos 270 quilómetros por hora, ondas com mais de dez metros de altura e chuvas intensas que podem chegar aos 220 milímetros por metro quadrado.
“Todos devemos preparar-nos para chuvas fortes, ventos fortes, inundações costeiras e cheias em todo o país”, afirmou o primeiro-ministro Frank Bainimarama, num discurso à nação.
“Apelo às comunidades que usem o tempo para tomar medidas para manter as suas casas e comunidades em segurança”, acrescentou Bainimarama, aconselhando os cidadãos a preparar mantimentos de emergência e planear uma rota, caso tenham de abandonar as suas casas.
As autoridades estimam que pelo menos 600 mil pessoas possam ser afectadas pela passagem do ciclone Yasa, que poderá causar inundações, deslizamentos de terras e enormes estragos em edifícios, inclusive nas casas mais bem construídas.
No Pacífico Sul, desenvolveu-se ainda um ciclone tropical gémeo, o Zazu, que passou a norte do reino de Tonga, sem causar grandes estragos, de acordo com a CNN.
Os ciclones mais intensos tornaram-se comuns no Pacífico nos últimos anos, um fenómeno atribuído às alterações climáticas. Em Janeiro, o primeiro-ministro das Fiji escreveu um artigo no The Guardian em que alertou precisamente para este fenómeno, dando ainda como exemplo os incêndios que devastaram a Austrália no início do ano.
“Com o aumento do aquecimento global, a escala e a frequência dos incêndios florestais aumentam exponencialmente, assim como a intensidade dos ciclones tropicais movidos pelo calor”, afirmou Bainimarama.
Em Abril, o ciclone tropical Harold – também ele de categoria 5, como o Yasa – atingiu as Fiji, Tonga, as ilhas Salomão e Vanuatu, destruindo dezenas de milhares casas. Nas ilhas Salomão, 27 pessoas morreram depois de caírem do convés de um ferry-boat. Em Vanuatu, morreram três pessoas e nas Fiji registou-se uma morte com a passagem do Harold.