Benfica salva-se nos penáltis e está na final four da Taça da Liga
Os “pês” saídos do banco, Pizzi e Pedrinho, foram decisivos. Sporting, FC Porto e Benfica são, para já, os clubes presentes nas meias-finais da Taça da Liga. Sp. Braga e Estoril discutem nesta quinta-feira a última vaga.
Não foi fácil, mas, novamente com felicidade nos minutos finais, o Benfica garantiu a presença na final four da Taça da Liga. Os “encarnados” venceram o Vitória de Guimarães no desempate por pontapés da marca de penálti (empate 1-1 nos 90 minutos) e juntam-se a Sporting e FC Porto nas meias-finais da competição – até ver, o benefício dado no sorteio aos principais clubes está a correr bem aos organizadores da prova.
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Não foi fácil, mas, novamente com felicidade nos minutos finais, o Benfica garantiu a presença na final four da Taça da Liga. Os “encarnados” venceram o Vitória de Guimarães no desempate por pontapés da marca de penálti (empate 1-1 nos 90 minutos) e juntam-se a Sporting e FC Porto nas meias-finais da competição – até ver, o benefício dado no sorteio aos principais clubes está a correr bem aos organizadores da prova.
Este resultado não pode ser visto como injusto, dado que os “encarnados” foram sempre quem mais quis vencer este jogo, mas devem-no ao talento que tiveram a falar a “língua dos pês”: P de Pizzi, decisivo no golo, e P de Pedrinho, muito influente desde que entrou em campo.
Neste jogo, o Benfica mostrou que continua a cometer os mesmos pecados defensivos desde o início da temporada – e o problema está longe de ser apenas o mau rendimento dos centrais – e continua, ofensivamente, incapaz de explorar os corredores para obrigar o adversário a esticar a linha defensiva. Só há jogo interior e essa via continua a ser insuficiente e redundante.
Estupiñan adiantou os minhotos
Na Luz, a primeira parte foi, em suma, uma má publicidade ao futebol. A equipa do Benfica dominou amplamente a partida e, frente a um Vitória recolhido, jogou sempre em ataque posicional, não tendo espaço para explorar transições – e jogadores como Rafa ou Darwin são muito menos úteis quanto menos espaço houver para explorar.
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Com muito pouca mobilidade no quarteto da frente, os médios do Benfica tiveram sempre uma enorme escassez de soluções – Taarabt, como habitualmente, foi o mais inconformado e criativo, mas, também como habitualmente, foi o que mais falhou e expôs a equipa.
O Vitória foi à Luz diferente do que tinha jogado, há poucos dias, frente ao Santa Clara. Nesse jogo, explorou sobretudo a largura, procurando avidamente os cruzamentos de Quaresma. Frente ao Benfica, João Henriques sabia que a receita tinha de ser outra.
Os “encarnados” são uma equipa com uma transição defensiva penosa, sobretudo pelo corredor central – Weigl e Taarabt não são médios capazes de jogar num 4x4x2, sistema do qual Jorge Jesus não abdica.
E, aos 16’, os “minhotos” conseguiram colocar uma bola entre linhas, batendo seis jogadores do Benfica: os quatro da frente, mais os dois médios. A partir daí aconteceu o que já tem acontecido – um jogador a poder conduzir em velocidade, atacando os impotentes centrais “encarnados”. Desta feita, a honra coube ao talentoso Marcus Edwards, que conduziu pelo centro, descobriu Rochinha e o português assistiu Estupiñan.
Perante a pouca variabilidade e movimento no ataque do Benfica – e a falta de Grimaldo também potencia esta falta de soluções com bola –, o Vitória esteve quase toda a primeira parte a viver em relativo conforto. E até poderia ter chegado ao golo aos 31’, num erro tremendo de Jardel.
Do lado do Benfica, como sempre focado no redundante jogo interior, houve um lance perigoso aos 30’ – Everton permitiu defesa de Trmal – e um golo anulado aos 45’, por fora-de-jogo, mas pouco mais.
A “língua dos pês"
Ao intervalo, Jorge Jesus lançou Seferovic para o lugar de Waldschmidt, como se faltasse presença na área, mas o problema do Benfica não era propriamente falta de presença, mas, em certa medida, presença em excesso – que é como dizer falta de mobilidade no espaço ofensivo.
Também Gilberto entrou para o lugar de João Ferreira, numa opção que Jesus esperava que trouxesse criatividade ao corredor. Gilberto não é, de todo esse jogador, e será caso para perguntar o que é feito de Diogo Gonçalves – parece já não contar para Jesus.
Aos restantes nove jogadores Jorge Jesus terá dito “meus amigos, têm dez minutos para mudar algo”. Mas nada mudou e o técnico voltou a ir ao banco. Entrou Pizzi, na esperança de que, com o Vitória remetido à defesa, os predicados do português no último passe e na finalização pudessem fazer a diferença. Mas também não fizeram, pelo menos numa primeira fase.
O Benfica manteve-se previsível, apesar de mais rápido na circulação, e só à passagem da hora de jogo Jorge Jesus foi buscar aquela que foi, provavelmente, a melhor notícia que recebeu do Benfica-Vilafranquense: os bons sinais dados pelo irreverente e criativo Pedrinho.
O brasileiro fez mais em quatro minutos do que os companheiros em 70: inventou um grande cruzamento para um cabeceamento muito torto de Darwin, em boa posição.
Aos 77’, surgiu a primeira e única grande jogada do Benfica na partida. Darwin desequilibrou com um drible, Everton abriu as pernas para enganar os adversários e Pizzi veio de trás para fazer um remate defendido por Trmal.
Aos 83’, Poha, recém-entrado, cometeu um penálti escusado sobre Pedrinho – uma vez mais, influente no jogo ofensivo do Benfica. Chamado a converter o pontapé, foi outro P a ser decisivo: P de Pizzi, que marcou o penálti com classe.
Nos últimos minutos o Benfica melhorou o rendimento, sendo mais rápido e criativo – os pês, Pizzi e Pedrinho, melhoraram bastante a equipa. Seferovic (88’) e Darwin (88’ e 90+4’) tiveram dois bons lances, mas o empate subsistiu até aos 90+5’.
No desempate por pontapés da marca de penálti, André Almeida falhou para o Vitória logo no primeiro pontapé e Poha, no terceiro, mostrou que hoje era dia para não ter saído de casa: fez o penálti aos 83’ e falhou no desempate, numa bola muito mal batida.