Co-produção portuguesa na competição das curtas do Festival de Sundance

Curta-metragem Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano já tinha estado em Locarno.

Foto
Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen

A co-produção portuguesa Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen, vai integrar a secção de curtas-metragens do Festival de Cinema de Sundance, nos Estados Unidos, anunciou na quarta-feira a organização.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A co-produção portuguesa Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen, vai integrar a secção de curtas-metragens do Festival de Cinema de Sundance, nos Estados Unidos, anunciou na quarta-feira a organização.

Descrito como “a adaptação documental de um mito”, Espíritos e Rochas: Um Mito Açoriano tem co-produção entre a Suíça e Portugal e já havia integrado a competição de curtas-metragens do festival de Locarno, que decorreu em Agosto.

“Numa ilha vulcânica, os habitantes estão presos num ciclo sem fim: a ameaça de erupções iminentes e o fardo de traumas passados que as ensombram. Alguns recorrem a mitos e crenças religiosas para interpretar a sua situação precária, enquanto outros demonstram resiliência, ao reconstruir as suas aldeias das rochas vulcânicas”, pode ler-se na sinopse da obra documental de 14 minutos integrada no Festival de Sundance.

Ao ser um reflexo da “atmosfera etérea das paisagens da ilha, o filme gradualmente assume a aparência das histórias que conta”.

Aylin Gökmen licenciou-se em Artes pela Universidade de Lausana e tem um mestrado em cinema documental pelo programa DocNomads Erasmus Mundus. Este ano, co-fundou a produtora A Vol d'Oiseau.

Também na competição de curtas-metragens encontra-se a brasileira Inabitável, de Matheus Farias, sobre um Brasil “onde uma pessoa trans é assassinada a cada três dias”, em que “Marilene procura pela sua filha, Roberta, uma mulher trans desaparecida”.

Na competição internacional de longas-metragens de ficção, está também o brasileiro A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase, sobre “uma nuvem rosa tóxica [que] surge em diversos países, forçando todos a ficarem confinados”.

O festival de Sundance de 2021 vai ser “um bocado diferente”, nas palavras da directora, Tabitha Jackson, com grande parte da programação a ser exibida online através da plataforma do evento, enquanto outros momentos vão acontecer fisicamente através de “ecrãs satélite” espalhados pelos Estados Unidos.

“Um novo capítulo, cheio de possibilidades. Apesar dos desafios que este ano trouxe, nada nos podia impedir de celebrar o cinema independente, artistas visionários, perspectivas únicas e vocês, as nossas audiências aventureiras”, pode ler-se na mensagem da directora do evento, antes de acrescentar: “Pela primeira vez, vamos levar o festival até vocês — “online” e no mundo real, pelos Estados Unidos e além”.

A programação do festival inclui estreias mundiais dos novos filmes de realizadores como os britânicos Ben Wheatley e Edgar Wright, bem como as estreias atrás da câmara de Rebecca Hall e Robin Wright.