Marcelo, o preferido até entre eleitores do Bloco
Sondagem da Católica para PÚBLICO/RTP confirma vitória incontestável do actual Presidente da República, com 68% das intenções de voto, a 55 pontos do segundo lugar. Pandemia não parece afastar portugueses das urnas.
Imbatível à primeira volta e relegando os adversários para um patamar distante como se tratasse de outro campeonato — a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para o PÚBLICO e RTP confirma aquilo que vêm dizendo todos os estudos de opinião divulgados este ano: se as eleições presidenciais fossem agora Marcelo Rebelo de Sousa seria reeleito Presidente da República sem hesitações para um segundo mandato em Belém.
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Imbatível à primeira volta e relegando os adversários para um patamar distante como se tratasse de outro campeonato — a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para o PÚBLICO e RTP confirma aquilo que vêm dizendo todos os estudos de opinião divulgados este ano: se as eleições presidenciais fossem agora Marcelo Rebelo de Sousa seria reeleito Presidente da República sem hesitações para um segundo mandato em Belém.
Nesta sondagem, que obteve 1315 inquéritos válidos, a estimativa aponta para a reeleição de Marcelo com 68% dos votos, depois de feita a distribuição de indecisos e não respondentes sobre a intenção directa de voto no actual Presidente, expressa por 45% dos inquiridos.
Todos os outros candidatos ficam a grande distância: Ana Gomes garante o segundo lugar, com 13% dos votos, uma posição segura face a André Ventura, que recolhe 8% das intenções de voto, fora da margem de erro que é de 2,7%. João Ferreira, o candidato do PCP, e Marisa Matias, do BE, obtêm ambos 5% das intenções de voto, enquanto Tiago Mayan Gonçalves, da Iniciativa Liberal, se fica por 1%.
Os resultados desta sondagem estão acima dos mais recentes estudos de opinião divulgados ao longo deste ano, feitos por diferentes entidades. À excepção da pesquisa da Eurosondagem para o jornal Sol e vários órgãos de comunicação social feita em Maio, que lhe dava 70,7% das intenções de voto, nos últimos meses a maior percentagem que Marcelo alcançou foi a de 65% verificada em Outubro numa pesquisa do ICS/ISCTE para a SIC e o Expresso.
Mas atenção: “Na interpretação destes resultados, é importante ter em atenção que, em função de sondagens de eleições anteriores, pode-se esperar que até às eleições a percentagem de Marcelo Rebelo de Sousa desça, subindo a de outros candidatos”, alerta o responsável por este estudo, João António.
Como recorda, em Dezembro de 2015, Marcelo Rebelo de Sousa recolhia, na sondagem do CESOP, 62% das intenções de voto e foi eleito com 52%. E em Outubro de 2010, Cavaco Silva recolhia 63% das estimativas de voto num estudo do CESOP e acabou reeleito, em Janeiro de 2011, com 53%. Se a tendência se confirmar, Marcelo poderá ser reeleito com menos de 60% dos votos. Ainda assim, representará uma subida na percentagem de votos com que foi eleito em 2016.
Votos de todas as cores
Outro dado de relevo é a origem das intenções de voto por partido, que revela que Marcelo Rebelo de Sousa é o candidato preferido dos eleitores do PSD (69%), do PS (66%), do CDS-PP (58%), mas também de simpatizantes de dois partidos que têm candidatos próprios: BE e IL.
Os eleitores do BE inquiridos nesta sondagem que já decidiram o sentido de voto preferem Marcelo mesmo contra Marisa Matias (28% contra 13%), embora haja 31% destes eleitores que ainda não decidiram em quem votar. A candidata do Bloco perde, entre os eleitores do BE, também contra Ana Gomes, que recolhe 17% das intenções de voto neste universo. Uma curiosidade: 2% dos eleitores bloquistas expressam intenção de votar em André Ventura.
No campo da Iniciativa Liberal, Marcelo recolhe também a maior fatia de intenções de voto (30%), o dobro do que o candidato liberal Tiago Mayan Gonçalves e tantos quantos os que dizem que votam branco ou nulo (15%). Mais de um quarto dos liberais ainda não se decidiram (27%) e há 6% que preferem Ana Gomes.
No PS, Marcelo arrecada 66% das intenções de voto, enquanto a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes se fica pelos 7%, mas há ainda 19% de indecisos. No PSD, partido de origem do actual Presidente, além dos 69% que votam Marcelo há 4% que preferem André Ventura, 3% que optam por Ana Gomes e 1% prefere Marisa Matias (há 16% de indecisos).
No espectro do centro-direita, o CDS é o partido que tem mais dúvidas sobre o sentido de voto: 32% ainda não decidiram em quem votar, apesar de Marcelo recolher 58% das intenções de voto. Ana Gomes e André Ventura recolhem 5%, cada um, das intenções de voto.
Mais indecisos do que os centristas só os eleitores do PAN: apesar do apoio declarado a Ana Gomes, só 5% diz que vai votar na socialista e 55% não sabe que candidato escolher. Marisa Matias é a preferida deste universo (23%) e Marcelo fica em segundo lugar, com 18%.
Na CDU, João Ferreira ganha mas não esmaga: recolhe 38% das intenções de voto, apenas mais cinco pontos percentuais do que Marcelo (33%). E 27% ainda não sabe em quem votar. No Chega, as coisas são mais claras: 72% dos eleitores deste partido diz votar no seu líder, André Ventura, mas Marcelo rouba-lhe 13% e há outro tanto de indecisos.
Questionados sobre a intenção de ir votar a 24 de Janeiro, 66% dos inquiridos afirma que vai votar de certeza e 71% garante não ter nenhum receio de ir às urnas por causa da pandemia. Aliás, a hipótese de não ir votar por receio de ser infectado no processo de votação é afastada por 91% dos inquiridos.