Ex-cônsul da Ucrânia garante ter transmitido condolências do Governo à família de Ihor Homenyuk

Volodymyr Kamarchuk diz que as condolências foram transmitidas “apenas oralmente” e por duas vezes – uma por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e outra pelo da Administração Interna. Advogado da família garante que mulher de Ihor Homenyuk não se apercebeu de pedido de condolências do Estado português.

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Eduardo Cabrita LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O ex-cônsul da Ucrânia em Portugal garante que transmitiu em Março as condolências do Estado português à família de Ihor Homenyuk, o cidadão ucraniano que morreu no dia 12 de Março nas instalações do aeroporto em Lisboa. Volodymyr Kamarchuk afirmou, em declarações à RTP, que transmitiu “oralmente” a mensagem à mulher, Oksana Homenyuk, no dia em que foi contactado pelo Governo português.

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O ex-cônsul da Ucrânia em Portugal garante que transmitiu em Março as condolências do Estado português à família de Ihor Homenyuk, o cidadão ucraniano que morreu no dia 12 de Março nas instalações do aeroporto em Lisboa. Volodymyr Kamarchuk afirmou, em declarações à RTP, que transmitiu “oralmente” a mensagem à mulher, Oksana Homenyuk, no dia em que foi contactado pelo Governo português.

“Não foi por escrito, foi apenas oralmente, mas foi mais do que suficiente”, explicou o ex-cônsul, garantindo que a mulher de Ihor entendeu a mensagem, apesar de na altura não ter dado grande importância a esse facto por estar “sob grande tensão por ter recebido a informação de como o marido tinha morrido”.

Ainda que Volodymyr Kamarchuk afirme que transmitiu mensagens por duas vezes em nome do governo português – primeiro por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e depois pelo Ministério da Administração Interna –, o advogado da família, José Gaspar Schwalbach, assegura que a mulher “não se apercebeu de qualquer pedido de condolências”.

Ainda durante a entrevista, Volodymyr Kamarchuk refere que saiu de Portugal em Setembro porque a missão no país tinha terminado em Dezembro de 2019.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, também tinha sido questionada no sábado pela RTP sobre os contactos do Estado português com a família de Ihor Homenyuk, tendo abandonado a entrevista e recusando-se a responder sobre como tinha transmitido um pedido de condolências que Eduardo Cabrita lhe teria transmitido em Abril, apenas referindo o envolvimento do então cônsul no processo.

O ministro Eduardo Cabrita voltou a reunir-se também com a embaixadora na sexta-feira para a informar das decisões tomadas pelo Governo, entre as quais a decisão do Governo de assumir, em nome do Estado português, a responsabilidade pelo pagamento de uma indemnização.

No seguimento das declarações do diplomata ucraniano, o advogado da família põe em causa os serviços consulares em Kiev, e relembra que os entes de Ihor Homenyuk só receberam uma carta com um pedido de condolências do Estado português nove meses depois do assassinato, entregue por Eduardo Cabrita a Inna Ohnivets na sexta-feira.

José Gaspar Schwalbach já tinha confirmado esta informação ao PÚBLICO anteriormente, afirmando que nenhum membro do Governo contactou alguma vez a família de Ihor Homenyuk. Disse também que nem o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nem a então directora nacional do SEF, Cristina Gatões, contactaram alguma vez a família do ucraniano.