Hackers russos suspeitos de terem atacado sistemas informáticos do Governo dos EUA
Dimensão do ataque informático, que pode ter afectado várias agências federais, ainda está a ser apurada, mas fontes da Administração Trump apontam o dedo a Moscovo. Rússia nega envolvimento.
Os departamentos do Tesouro e do Comércio dos Estados Unidos foram alvo de um sofisticado ataque informático, que levou o Conselho de Segurança norte-americano a reunir-se de emergência.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os departamentos do Tesouro e do Comércio dos Estados Unidos foram alvo de um sofisticado ataque informático, que levou o Conselho de Segurança norte-americano a reunir-se de emergência.
Os responsáveis ainda não foram identificados, no entanto, fontes da Administração Trump, que lançaram uma investigação ao caso, admitem que hackers (piratas informáticos) russos possam ser os responsáveis. A dimensão do ataque ainda está a ser apurada, mas as autoridades norte-americanas temem que os servidores de várias agências federais possam ter sido comprometidos.
“Estamos a tomar todas as medidas necessárias para identificar e remediar quaisquer possíveis problemas”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Ullyot.
O The New York Times admite que este seja uma dos maiores e mais sofisticados ataques por parte de piratas informáticos contra os Estados Unidos nos últimos cinco anos, quando os servidores de e-mail do Departamento de Estado e da Casa Branca foram comprometidos, levando a que e-mails do então Presidente Barack Obama fossem lidos por hackers russos. Moscovo foi também responsabilizado pelo ataque, em 2016, aos servidores do Partido Democrata.
Além disso, de acordo com o mesmo diário norte-americano, que cita fontes sob anonimato do Departamento do Tesouro, o ataque pode ter começado na Primavera e passado despercebido durante vários meses, inclusive durante a campanha eleitoral.
Apesar de ter reconhecido o ataque e lançado uma investigação, a Administração Trump ainda não identificou os responsáveis. No entanto, três fontes oficiais próximas da investigação admitiram à Reuters que a Rússia possa estar por trás do ataque.
Duas fontes ouvidas pela mesma agência de notícias admitem que os ataques informáticos aos departamentos do Tesouro e do Comércio façam parte de uma ofensiva em larga escala, que já visou a FireEye, uma empresa norte-americana de cibersegurança, responsável pelos serviços de informáticos de várias empresas e entidades governamentais.
Para serem bem-sucedidos, os piratas informáticos terão aproveitado uma brecha numa actualização do software da SolarWinds, uma empresa que desenvolve programas de cibersegurança para o Governo norte-americano e para os serviços de inteligência e militares, bem como para uma série de empresas norte-americanas.
Em comunicado, a SolarWinds apelou aos seus utilizadores para fazerem uma actualização da plataforma Orion devido a “uma vulnerabilidade de segurança” causada por um “ataque altamente sofisticado” perpetrado por um “Estado-nação”, apesar de não ter especificado a que país se refere.
A Rússia, que no passado foi associada a vários ataques informáticos contra os Estados Unidos, negou o seu envolvimento no caso.
“Se houve ataques durante várias meses e os americanos não conseguiram fazer nada em relação a isso, provavelmente não valerá a pena culparem os russos de imediato e sem fundamento. Nós não temos nada a ver com isso”, garantiu esta segunda-feira Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, citado pela Reuters.