João Rui Ferreira: Cortiça quer “1500 milhões de exportações” até 2030
O sector das florestas vai receber, até 2027, cerca de 1500 milhões de euros de fundos europeus. O presidente da Associação Portuguesa da Cortiça está optimista. Além de “bons projectos”, quer “um triângulo” de medidas que combine os interesses da indústria, dos produtores e do Estado.
A indústria corticeira, em que “Portugal é líder mundial”, continua com escassez de matéria-prima. Na última década, as importações “aumentaram 100%” e as empresas vêem-se obrigadas a comprar cortiça em Espanha e também no Norte de África. Com as necessidades a crescer, a Apcor – Associação Portuguesa da Cortiça estuda “estratégias inovadoras” de adensamento, regadio e gestão florestal geradoras de mais produtividade. O sector exportou 1064,3 milhões de euros em 2019 e, apesar da pandemia, João Rui Ferreira, presidente da associação, traça a meta: “Chegar a 2030 próximo dos 1500 milhões de exportações.”
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A indústria corticeira, em que “Portugal é líder mundial”, continua com escassez de matéria-prima. Na última década, as importações “aumentaram 100%” e as empresas vêem-se obrigadas a comprar cortiça em Espanha e também no Norte de África. Com as necessidades a crescer, a Apcor – Associação Portuguesa da Cortiça estuda “estratégias inovadoras” de adensamento, regadio e gestão florestal geradoras de mais produtividade. O sector exportou 1064,3 milhões de euros em 2019 e, apesar da pandemia, João Rui Ferreira, presidente da associação, traça a meta: “Chegar a 2030 próximo dos 1500 milhões de exportações.”
Portugal tem três grandes fileiras silvo-industriais - eucalipto, pinho e sobro. Que caracterização faz da de produção de cortiça e como a compara, até ao nível da organização, com as outras fileiras?
Antes dessa caracterização, eu diria que a fileira florestal, mais do que o peso crescente que tem ao longo da última década nas exportações de bens nacionais (cerca de 11%), com empresas todas elas líderes a nível mundial, tem uma importância, quer económica, quer política, como provavelmente nunca tinha tido no passado. Isto é evidente em vários âmbitos. Houve uma mudança de paradigma quando houve a transição das florestas para o Ministério do Ambiente. E, claramente, houve uma visão política de que as florestas têm de ter e podem ter um contributo para que Portugal possa atingir as metas e objectivos nacionais definidos pelo senhor ministro, quer de descarbonização, para atingir a neutralidade carbónica em 2050, quer de ser um elemento activo na transformação da paisagem e no atingir dos objectivos em termos de coesão territorial e social para o país, quer, ainda, no desenvolver de actividade económica nas zonas rurais e no trazer e fixar populações para as zonas do interior para uma maior resiliência no combate aos incêndios. Há uma dinâmica nacional e uma perspectiva plasmada até no documento do professor António Costa e Silva, que vê as florestas com um papel determinante para o país.
Deduzo da sua análise que viu com bons olhos a mudança da tutela política das florestas da Agricultura para o Ministério do Ambiente e Acção Climática. É assim?
Mais do que fazer a avaliação política da mudança, [destaco] aquilo que essa mudança trouxe do ponto de vista da percepção e daquilo que é uma vontade expressa. E do que essa dinâmica pode trazer agarrado a isso, [com] mais orçamento, mais dinheiro, mais investimento. Parece-me que há uma dinâmica que é clara, que faz sentido, que tem uma estratégia, com um prazo definido, a longo prazo. Digo sempre que a estratégia para as florestas tem de combater um inimigo que existe, que são as legislaturas. A estratégia para as florestas não é compatível com as legislaturas, porque o tempo das florestas é muito mais longo. E penso que aqui há uma visão que é partilhada pela generalidade dos partidos políticos nacionais e, até, diria, pela opinião pública portuguesa e por uma grande parte da nossa população. [A floresta] é um recurso tão valioso que foi preciso olhar por ele. E não faço tanto a avaliação da mudança [política], porque podíamos ter esta mesma dinâmica [com as florestas no Ministério da Agricultura]. Pelo perfil daquilo que tem sido a comunicação daquilo que são as metas traçadas e de alguma acção que já se vai vendo no terreno, com programas concretos, olho para isto com optimismo e confiança.
E como caracteriza o sector da cortiça, por comparação com as outras fileiras florestais?
Há um factor que, desde logo, nos caracteriza de forma muito distintiva. O sobreiro é uma espécie que existe na bacia ocidental do Mediterrâneo há 10 milhões de anos. É uma espécie bem adaptada às características de solo, climáticas, orográficas, que está no nosso território. Na Apcor, enquanto fileira, temos olhado para a parte florestal obviamente com um interesse particular para Portugal, mas olhamos de um ponto de vista mais amplo em termos de matéria-prima. Acredito que em Portugal há trabalho possível para fazer e focar-nos-emos um pouco mais naquilo que é nacional. Mas já lhe faço a ligação de como vemos Portugal versus o resto da produção, porque foi isso que nos possibilitou atingir a curva que temos. Do ponto de vista da nossa fileira, esta [sobreiro] é uma espécie única, que nos permite ciclos de produção e extracções de nove em nove anos durante um período de vida de mais de 150 anos, e que pode chegar a 200 anos com mais dez extracções. Portanto, há toda uma lógica de economia circular. Temos uma árvore que é das mais solidárias que já vi, que dá tudo sem pedir quase nada em troca e em territórios, do ponto de vista da fertilidade dos solos, mais pobres e com menos precipitação. Depois temos o montado, que é uma floresta que tem intervenção humana, é um ecossistema onde convivem homem e natureza e que foi, não digo programada, mas sempre adaptada pelo homem, sobretudo em Portugal. É por isso que, em Portugal, temos uma produção maior do que a área que ocupa naquilo que é a bacia do Mediterrâneo, ou seja, temos um terço da área de sobreiro e produzimos 50% da cortiça, porque houve intervenção humana, que criou um sistema ecológico único de convivência e de relações ganhadoras para a natureza, para a economia e para as pessoas. O montado pode fornecer uma variedade enorme de serviços, que não só são aqueles que têm valor económico, como é a cortiça, mas que são muito mais do que isso.
A única fileira com interprofissional
E do ponto de vista da organização da fileira?
A fileira da cortiça não gere áreas florestais. Temos hoje o início de alguns projectos e estratégias mais estruturadas de alguns nossos associados, com destaque para a Corticeira Amorim, que claramente tem um plano de intervenção florestal mais evidente. Ainda assim, é sempre a uma pequena escala do universo daquilo que são as necessidades do sector. Do ponto de vista da nossa fileira, há sempre uma relação da indústria com os produtores florestais e, portanto, há sempre um momento em que há uma transacção e uma venda de cortiça. Somos, por outro lado, a única das três fileiras que tem uma interprofissional, a Filcork, a única na fileira florestal, da qual por esta altura também sou o presidente. É uma plataforma, mais do que de diálogo, de objectivos e lugares comuns onde podemos trabalhar. E estou certo de que a evolução que se tem dado ao nível desta relação vai-nos trazer coisas mais objectivas no futuro e acções mais concretas.
Por outro lado, a nossa fileira tem outra característica que vejo de dois prismas. Por um lado, é uma fileira na qual Portugal é líder mundial. Incontestavelmente. É uma fileira onde a liderança portuguesa é claríssima e com uma distância ainda significativa dos principais actores, do ponto de vista da transformação e das exportações. E essa liderança mundial, e também por ser de uma fileira que está hoje do ponto de vista da transformação e do conhecimento muito mais baseada em Portugal, traz-nos a responsabilidade de termos de ser nós, nessa perspectiva, a desenvolver mais o trabalho, quer o de investigação de base, quer o de investigação aplicada, quer a transferência de conhecimento, seja florestal, seja industrial. E sem comparação com as outras fileiras [florestais], que, apesar de terem uma forte expressão em Portugal, têm uma disseminação e uma dispersão da sua actividade noutros países, onde podem ir beber informação e recuperar trabalho que já foi feito. Mas nós vivemos bem com essa responsabilidade de sermos líderes mundiais.
Abordou en passant a questão do abastecimento de matéria-prima. Tirando o grupo Amorim, que começa a ter já produção própria, de uma maneira geral as empresas industriais neste sector têm de comprar a cortiça aos produtores. Há dificuldades na aquisição de matéria-prima em Portugal?
Não há dificuldades. É um mercado que funciona com todas as regras de mercado, perfeitamente aberto.
Mas uma coisa é o mercado funcionar normalmente e outra é haver dificuldade no abastecimento de matéria-prima.
Para fazer face ao crescimento que tivemos das exportações na última década, é óbvio que não foi suficiente a cortiça produzida em Portugal. Colmatámos as nossas dificuldades de abastecimento recorrendo à importação. As importações de cortiça aumentaram 100% numa década. Passaram de uma base de 100 milhões de euros para próximo dos 200 milhões. [Em 2019, as importações registaram uma diminuição de 9,8% em valor, o que significou um decréscimo de 10 milhões de euros, atingindo, no entanto, quase 200 milhões de euros].
Esse aumento de 100% foi entre 2010 e 2020?
Entre 2010 e 2019. Em 2020 ainda estamos com nove ou dez exercícios. Foi esta a forma. As empresas portuguesas deixaram de olhar só para o território nacional, vão a Espanha comprar cortiça com muita normalidade. Não há aqui nenhuma barreira, nem cultural, nem económica, nem fiscal, nem financeira.
Mas, apesar de não haver barreiras, há escassez de matéria-prima. A indústria instalada em Portugal não tem cortiça suficiente no país para trabalhar.
Não tem. É evidente.
“Objectivo obriga-nos a olhar para a matéria-prima”
E essa tendência de importação de matéria-prima é crescente? Que passos estamos a dar para inverter a situação?
Se a nossa ambição ficasse por aqui, para exportarmos 1000, 1100 milhões de euros [por ano], com o equilíbrio que temos em Portugal e Espanha e algum abastecimento que vem do Norte de África, podíamos dizer que temos matéria-prima suficiente. [O sector exportou 1064,3 milhões de euros em 2019, mais 0,1% em valor face ao ano anterior, mas menos 3,9% e 7,8 mil toneladas em volume, atingindo 191 mil toneladas.] Mas a nossa ambição é ir além. Já definimos uma meta de chegar a 2030 próximo dos 1500 milhões de euros de exportações. E este objectivo obriga-nos a olhar para a matéria-prima. Estamos a definir novas ambições, mas sabemos que isto só vai ser possível se houver uma estratégia de fazer crescer a produção de matéria-prima, seja sobretudo em Portugal, onde temos trabalhado mais próximo com alguns projectos, seja reforçando a importação de outras regiões.
Mas o sector no seu todo tem uma estratégia para fazer crescer a matéria-prima disponível?
A Apcor, não sendo um agente económico propriamente dito, tem assumido claramente essa obrigação, temos assumido na nossa postura e objectivos e, até, diria, nas nossas prioridades, a floresta como um eixo completamente prioritário de acção. Obviamente, temos um contexto em Portugal onde 98% da floresta é privada e, portanto, há aqui um parceiro – os produtores florestais – que é fundamental trazer para a discussão e, obviamente, articulado com o Governo. Vemos isto em duas perspectivas que se complementam. Por um lado, trabalhar os 730 mil hectares de montado existentes, com estratégias de adensamento, de gestão florestal que possam aumentar a produtividade. Se nalgumas áreas, por razões diversas, pode haver alguma perda de produção, noutras também há produtores que têm feito um trabalho notável de expansão, de cultivo de novas áreas. Tem havido novas plantações. Temos 150 mil hectares que foram replantados nos últimos anos e que vão começar a dar resultado mais à frente. E há muitos produtores florestais que têm feito um bom trabalho e que têm uma actividade importante da qual se verão resultados no médio prazo.
Sendo o sobreiro uma árvore de crescimento lento e com retorno financeiro a longo prazo, os produtores sentem que é compensador investir?
A cortiça, a partir do momento em que entra num ciclo produtivo, e ultrapassada essa primeira barreira, claramente sim.
Mas essa primeira barreira é longa.
Sim. Por isso, nessa primeira fase, é muito importante encontrarmos mecanismos de apoio público e de suporte a este investimento que permitam aos produtores ter esse horizonte temporal mais alargado. É óbvio que é difícil hoje incentivar alguém a fazer investimentos com este horizonte temporal se não houver um complemento. Portanto, quer do ponto de vista dos quadros comunitários que estão em vigor e do próximo que vem, quer da nova Política Agrícola Comum [PAC] e do próprio PRR [Programa de Recuperação e Resiliência], vai haver um investimento na floresta como nunca houve em tão curto espaço de tempo na nossa história. E, ainda, com a agilização de outros programas, por exemplo o da remuneração dos serviços do ecossistema, que, além da contribuição para a biodiversidade, a protecção dos solos ou a regulação do ciclo hidrológico e uma série de credenciais de bem público que ainda não têm valor de mercado, é importante começar a gerar valor. Porque esses serviços vão permitir, não só proteger aquelas regiões, como permitir ao produtor um complemento da sua rentabilidade.
De que complementos está a falar?
Já há programas-piloto. Entendemos que são úteis, foram bem utilizados e serviram como um sinal de futuro. E estamos certos de que os valores podem ser reforçados. E ao nível europeu é uma área que também vai ser olhada com atenção, com o novo Green Deal, portanto, perspectivo um bom cenário. Por outro lado, e penso que os produtores estão sensíveis a isto, temos de acelerar a transferência de conhecimento. Portugal tem muito conhecimento acumulado nas universidades, nos centros de investigação, temos de ter a capacidade de fazer essa transferência para aplicação no terreno. Falta dar esse passo. Não é um trabalho fácil, porque estamos a falar da dispersão por um número de produtores que é muito, muito grande e muitas vezes de dimensões assimétricas, mas as associações de produtores florestais podem ter um papel determinante na congregação de esforços e na criação de zonas mais alargadas. O montado, desse ponto de vista, em comparação com outras fileiras…
Não é tão dado ao minifúndio.
Não é tão de minifúndio e o minifúndio não é tanto um tema que esteja muito na nossa preocupação. Isto, embora o sobreiro seja uma espécie que existe em todo o território e, no futuro, perspectivo que possa haver – e está a haver – um trabalho de proximidade para trazer o sobreiro para outras regiões, em sistemas de mosaicos mistos ou combinados com outras espécies para serem, até, uma barreira à propagação dos incêndios florestais.
“As outras fileiras reclamam muito”
O horizonte temporal do actual Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) está no fim. Que aproveitamento fizeram dos apoios disponíveis? Foi proveitoso?
A minha perspectiva é sempre a de quem está na parte industrial. Esses instrumentos foram geridos e utilizados pelos produtores florestais. Daquilo que tenho ouvido, há sempre um descontentamento daquilo que são as políticas. No caso do montado, não foi por falta de investimento e de enquadramento das medidas. Muitas vezes, elas chegaram e foram utilizadas. As outras fileiras reclamam muito que a maior parte foi alocada ao latifúndio, ao sobreiro, o João Gonçalves [presidente do Centro Pinus] falou disso, eu não tenho esses números. Tenho tido uma perspectiva e acredito que aquilo que é a nossa principal missão enquanto associação é dinamizar as nossas exportações, dinamizar a nossa actividade comercial, porque tenho uma confiança muito grande que, gerando procura, vamos estimular a oferta da matéria-prima. Portanto, vamos continuar uma aposta muito grande em criar mercados e oportunidades para a cortiça. Aliás, a cortiça foi o produto que mais contribuiu [+25,1% em 2018, de acordo com o último boletim do Instituto Nacional de Estatística] para as contas da silvicultura nacional. Se olharmos para 2015, 2016, 2017 e 2018, é claramente a fileira que mais cresce.
E os instrumentos de política pública ajudaram nesse crescimento?
Admito que sim. É um tema sobre o qual não lhe consigo dar informação precisa, mas eu diria que não houve um problema de framework [estrutural]. Acredito que é preciso uma perspectiva de prazo, é preciso não estar à espera de alterações profundas muito rapidamente. Completando tudo isto, também temos outra perspectiva – e temo-la discutido com os produtores e no seio das empresas –, que é a de criar novas ambições e novos modelos para novas plantações, que podem recorrer a técnicas inovadoras, diferentes, que podem claramente dar resposta àquele problema que referia do tempo muito prolongado [até um sobreiro ser rentável]. Há investigação e dados que comprovam que, sem alterar as condições de paisagem e a característica extensiva do montado, com consumos de água muitíssimo reduzidos e com uma rega que vai ser retirada no final da primeira produção, podemos aumentar fortemente a produção de cortiça nacional.
O que está a dizer é que a experiência que a Corticeira Amorim está a fazer em Alcácer do Sal e no Tejo Internacional, que surge de uma experiência feita no Alentejo, pode ser replicada?
Pode ser replicada por outros produtores e a própria indústria pode aumentar a matéria-prima disponível. E isto pode trazer ganhos do ponto de vista da quebra da mortalidade, ou do aumento da vitalidade, sem comprometer aquilo que são as grandes credenciais. E que nos dá optimismo para olharmos para os próximos tempos.
Portugal vai dispor de 665 milhões de euros do PRR para as florestas e, no conjunto do próximo ciclo comunitário até 2027 com os fundos da Política Agrícola Comum, iremos ter cerca de 1500 milhões de euros para este sector. Vê com optimismo este pacote financeiro?
Com optimismo, vejo, porque é a primeira vez que temos tanto dinheiro em tão pouco tempo. Está autonomizado, percebem-se quais são os objectivos de base para esse investimento, e isso é importante porque nos permite um quadro mais claro. Mas olho para ele com optimismo também numa outra vertente: é um montante tão elevado que nos obriga a ser assertivos e a aproveitar esta oportunidade. Oportunidade como esta, duvido que volte a haver.
Está céptico quanto à capacidade de execução destes fundos europeus?
Não, estou optimista. É preciso encontrar bons projectos para o executar. E, numa floresta que 98% é privada, tem de haver um triângulo que combine os interesses da transformação industrial, dos produtores e do Estado. Tenho visto abertura para esse diálogo, tenho visto um ministro [João Matos Fernandes] que está disponível para ouvir e para trabalhar em conjunto. Noto hoje que a nossa política, do ponto de vista industrial, é de transparência total, de colaboração, de partilha de toda a informação, quer dos quadros macroeconómicos, quer do que é mais micro do sector. Noto também uma indústria onde algumas empresas líderes – a Corticeira Amorim é um caso evidentíssimo, mas também outras – incorporam uma parte do seu investimento para pensar a floresta. Isto é uma novidade. Com a capacitação de pessoas ligadas à área florestal. Portanto, vejo isto com optimismo.
Quais são as prioridades que Portugal deveria estabelecer com vista a executar com eficiência os novos fundos que aí vêm?
Uma aposta clara naquilo que é o reforço na nossa floresta produtiva autóctone, com as características que ela transporta e que traz valor económico e saldo para o nosso produto muito positivo. E um reforço de capacitar as plataformas de transferência de conhecimento para o terreno. Fazendo esta aposta combinada, o sobreiro pode ter um papel determinante.