A Guerra Fria de Le Carré é corrupta, sem heróis e cheia de ambiguidades

Os livros de espionagem de John Le Carré (1931-2020) são complexos e mergulhados na história política mundial dos últimos 60 anos. Do Muro de Berlim ao “Brexit”, são um relato sem piedade.

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Jovem casal espreita por cima do Muro de Berlim Bettmann/ Getty images

Foi em Berna, quando o britânico John Le Carré lá viveu e começou a aprender alemão, entre 1948 e 1949, com a tenra idade de 17 anos, que “um casal estranho” o encontrou, desamparado, numa igreja. Convidaram-no a tomar um chá e convenceram-no de que o seu país precisava dele. “Era demasiado jovem para ter conhecido a Segunda Guerra Mundial, mas estava possuído por um forte sentimento de patriotismo. E, sobretudo, o mundo das secretas atraía-me. Pode dizer-se que ao entrar nele, descobri um refúgio”, escreveu o escritor que morreu no domingo aos 89 anos, de pneumonia, num hospital da Cornualha.

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Foi em Berna, quando o britânico John Le Carré lá viveu e começou a aprender alemão, entre 1948 e 1949, com a tenra idade de 17 anos, que “um casal estranho” o encontrou, desamparado, numa igreja. Convidaram-no a tomar um chá e convenceram-no de que o seu país precisava dele. “Era demasiado jovem para ter conhecido a Segunda Guerra Mundial, mas estava possuído por um forte sentimento de patriotismo. E, sobretudo, o mundo das secretas atraía-me. Pode dizer-se que ao entrar nele, descobri um refúgio”, escreveu o escritor que morreu no domingo aos 89 anos, de pneumonia, num hospital da Cornualha.