Manuel Sobrinho Simões: “Estou sobretudo preocupado com o deslassar da sociedade”

O médico e investigador foi desviado da sua rota por causa da covid-19, tal como o resto do mundo. Com menos tempo dedicado ao cancro, o patologista fala sobre as incertezas, o medo e o desalento que encontrou.

Foto
Nelson Garrido

Manuel Sobrinho Simões continua um patologista e, por isso, continua a tentar desfazer algumas das muitas incertezas olhando para lâminas com amostras. Agora, também não conseguiu fugir à covid e, com menos casos de consulta para analisar na área do cancro, procura o vírus nas tiróides de doentes que morreram com a infecção. Mas esta pandemia fez de Sobrinho Simões também um homem mais triste. Assim, desolado, se confessa ao PÚBLICO numa conversa em que também admite muitas vezes que não tem resposta para as perguntas que lhe colocamos, sobretudo, sobre o que está para vir. Há um medo difuso, constata, ao mesmo tempo que alerta para o perigo da “fobocracia que é muito explorada pelos populismos”. Olhando além do impacto que esta pandemia teve na saúde, o cientista do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), da Universidade do Porto, avisa que está sobretudo inquieto com o agravar do “triângulo” dos principais problemas do mundo: a pobreza, a longevidade e o trabalho.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Manuel Sobrinho Simões continua um patologista e, por isso, continua a tentar desfazer algumas das muitas incertezas olhando para lâminas com amostras. Agora, também não conseguiu fugir à covid e, com menos casos de consulta para analisar na área do cancro, procura o vírus nas tiróides de doentes que morreram com a infecção. Mas esta pandemia fez de Sobrinho Simões também um homem mais triste. Assim, desolado, se confessa ao PÚBLICO numa conversa em que também admite muitas vezes que não tem resposta para as perguntas que lhe colocamos, sobretudo, sobre o que está para vir. Há um medo difuso, constata, ao mesmo tempo que alerta para o perigo da “fobocracia que é muito explorada pelos populismos”. Olhando além do impacto que esta pandemia teve na saúde, o cientista do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), da Universidade do Porto, avisa que está sobretudo inquieto com o agravar do “triângulo” dos principais problemas do mundo: a pobreza, a longevidade e o trabalho.