Covid-19: escolas e lojas voltam a encerrar na Alemanha antes do Natal

Com a pandemia a deixar o sistema de saúde “sob intensa pressão”, as compras de Natal vão acabar mais cedo para os alemães. Alunos voltam a ter aulas à distância e pais podem tirar férias pagas.

Fotogaleria

Face à “necessidade urgente de agir” para travar o aumento dos casos de covid-19, escolas, creches e a maioria das lojas vão encerrar a partir de quarta-feira na Alemanha, anunciou Angela Merkel. Com quase 30 mil novos casos por dia, e a nova vaga de coronavírus a deixar a capacidade dos hospitais do país no limite, as novas restrições vão estar em vigor pelo menos até 10 de Janeiro. Mas a chanceler alemã não exclui a imposição de um confinamento mais pesado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Face à “necessidade urgente de agir” para travar o aumento dos casos de covid-19, escolas, creches e a maioria das lojas vão encerrar a partir de quarta-feira na Alemanha, anunciou Angela Merkel. Com quase 30 mil novos casos por dia, e a nova vaga de coronavírus a deixar a capacidade dos hospitais do país no limite, as novas restrições vão estar em vigor pelo menos até 10 de Janeiro. Mas a chanceler alemã não exclui a imposição de um confinamento mais pesado.

As medidas que pusemos em marcha a 2 de Novembro não têm sido suficientes”, disse Merkel no fim de um encontro com os líderes dos 16 estados federais do país. “O sistema de saúde está sob intensa pressão e o nosso objectivo foi sempre evitar a sobrecarga”, afirmou.

A ideia é que volte a ser possível fazer o rastreio de contactos, algo que o elevado número de infecções tornou impossível.

Apesar de seis semanas de encerramento total de restaurantes, bares, teatros, cinemas, museus e equipamentos desportivos, a situação piorou na última semana com o aumento “considerável” dos contactos sociais a ficar a dever-se às compras de Natal, explicou a chanceler.

Por isso, a partir de dia 16 de Dezembro, só poderão estar abertas lojas de produtos essenciais, como supermercados, farmácias e bancos. O Governo vai apoiar as empresas afectadas com 11 mil milhões de euros mensais: segundo o ministro das Finanças, Olaf Scholz, os comércios obrigados a fechar poderão receber até 90% dos seus custos fixos (ou 500 mil euros por mês).

Para além das lojas, as escolas terão de fechar portas – a ideia é que garantam aulas à distância e prolonguem as férias de Natal até dia 10 de Janeiro. As creches também encerram e os pais podem tirar férias pagas para tomarem conta dos filhos. Todas as empresas são encorajadas a permitir o teletrabalho.

Ao mesmo tempo, será proibido beber em público. As cerimónias religiosas em igrejas, sinagogas e mesquitas podem realizar-se, desde que cumpram as regras de higiene, mas fica proibido o canto comunitário. Proibida será também a compra de fogo-de-artifício para a noite de passagem de ano.

Os estados alemães ainda planeiam aligeirar as restrições de contactos entre 24 e 26 de Dezembro, permitindo que familiares próximos possam juntar-se no Natal. Durante esses dias, cada agregado familiar pode convidar até quatro adultos que vivam noutras casas, desde que sejam familiares directos (para crianças até aos 15 anos não há limite). Mas Merkel recomendou que as famílias que estejam a planear encontrar-se cumpram um isolamento de uma semana.

De acordo com os dados divulgados este domingo pelo Instituto Robert Koch, nas 24 horas anteriores registaram-se 321 mortes e 20.200 novas infecções de covid-19. Na sexta-feira, a Alemanha atingira um recorde de 29.875 novos casos, num total de mais de 1,3 milhões. 

A capacidade dos cuidados intensivos já está num nível crítico, com os médicos a avisarem que em algumas zonas do país só estão disponíveis 10% das camas.